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Saúde pública precisa preparar melhor seus gestores

A necessidade de qualificar os gestores da saúde pública foi uma das sugestões tiradas do debate promovido pelo Espaço Democrático. Leia mais

O deputado Eleuses Paiva, o vice-governador Guilherme Afif e o presidente da AMB, Florentino Cardoso.

Mais recursos da União, médicos melhor preparados, métodos gerenciais mais eficientes e políticas de Estado de longo prazo. São estas as saídas para a péssima situação da saúde pública no Brasil, na opinião dos participantes do debate promovido na noite de segunda-feira (15), pelo Espaço Democrático – fundação do Partido Social Democrático (PSD) para estudos e formação política.

Intitulado “Saúde do Cidadão – Diagnóstico e Tratamento”, o evento fez parte do ciclo “Desatando os nós que atrasam o Brasil”, que vem sendo realizado desde dezembro passado para discutir as propostas que integrarão o programa partidário do PSD. Transmitido pela internet (www.psd.org.br ), o encontro permitiu que filiados, militantes e interessados de todo o País pudessem enviar perguntas e sugestões aos integrantes da mesa.

Para ler a íntegra do debate, clique aqui.

Aberto pelo presidente do Espaço Democrático, o vice-governador de São Paulo Guilherme Afif, o debate teve a participação do médico e deputado federal Eleuses Paiva (PSD-SP) e do presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), dr. Florentino Cardoso.

Para os dois especialistas, o SUS (Sistema Único de Saúde), criado a partir da Constituição de 1988, é um projeto ousado, que se destaca a nível mundial e melhorou muito os serviços de saúde oferecidos aos cidadãos brasileiros. Contudo, ressalvou o deputado Eleuses Paiva, “temos muito mais a fazer do que o que já foi feito, temos desafios enormes no campo da gestão, nas três esferas de governo”.

Gestão deficiente

Florentino Cardoso, presidente da AMB

Florentino Cardoso lembrou que, hoje, o governo federal participa com 45% dos recursos públicos aplicados em saúde, que são complementados por Estados e Municípios. “Antes, esse percentual era de 65%, o que mostra que vivemos em uma situação na qual quem mais arrecada, investe menos, sacrificando Estados e Municípios”, contou.

Ele afirma, também, que além de mais recursos, é necessário profissionalizar cada vez mais a gestão do sistema, com métodos de controle, avaliação e correção de rumos. “O governo não pode abrir mão do controle da saúde pública, mas precisa ter um mix para comparar indicadores, qualidade e todos os aspectos que permitem a melhoria dos serviços”, disse.

Cardoso também destacou a importância de política de longa duração, que permita à população sentir realmente os efeitos. “O governo hoje não tem projetos de Estado, tem apenas projetos de governo, que aparecem e desaparecem, sem impacto positivo para a população”.

Nesse sentido, o deputado Eleuses Paiva destacou a necessidade de se criar carreiras de Estado na área de saúde, a exemplo do que ocorre no Judiciário, onde os profissionais de Direito tem a possibilidade de se dedicar integralmente à carreira, com incentivos e possibilidade de ascensão. “Hoje a falta de médicos na rede pública é resultado da baixa remuneração e da falta de estímulos à dedicação integral”, disse, lembrando que a criação de carreiras de Estado é a única maneira de levar mais médicos para o interior do País, onde a carência é grande.

O deputado Eleuses Paiva

Os debatedores criticaram também a baixa qualidade dos cursos de formação de médicos no País. “Os médicos brasileiros não estão sendo preparados adequadamente”, disse Florentino Cardoso, para quem a causa desse problema “é a abertura indiscriminada de escolas de medicina no País”.

Segundo ele, nada acontece com as escolas ruins. “Temos aqui algumas escolas excelentes, que formam médicos requisitados para trabalharem instituições do Exterior, mas as escolas ruins continuam funcionando, sem nenhum tipo de controle”, lembrou, alertando que “precisamos melhorar as nossas escolas, em vez de abrir outras”.

Eleuses Paiva concordou e citou o exemplo do recente exame realizado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo, no qual mais de 60% dos recém-formados foram reprovados. “Pela legislação, eles não podem ser impedidos de trabalhar, mas não estão capacitados. E isso ocorre no Estado que tem as melhores escolas de medicina do País”, disse.

Participação

Meneghini, da ACCG, e Pacheco, da Casa Civil: encontro em Goiás.

O debate promovido pelo Espaço Democrático foi acompanhado em Goiânia (GO) por cerca de 60 pessoas reunidas na sede do diretório regional do PSD-GO. Convidados pelo presidente estadual da sigla, deputado federal Vilmar Rocha, estavam presentes o secretário estadual de Saúde, Antônio Faleiros; a superintendente de Vigilância Sanitária, Tânia da Silva Vaz; o presidente da Associação de Combate ao Câncer de Goiás, Alexandre Meneghini; o vice-presidente da Associação de Combate ao Câncer, Adriano de Paula; e o médico pediatra Zacharias Calil, ex-diretor geral do Hospital Materno Infantil, entre outros profissionais ligados à área de saúde pública.

Antônio Faleiros, secretário de saúde do Estado de Goiás


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