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{ ARTIGO }

GM perde para a Toyota a liderança nas vendas de carros nos EUA

Economista Roberto Macedo escreve sobre o momento histórico da indústria automobilística americana

 

 

 

 

Roberto Macedo, economista e colaborador do Espaço Democrático

 

Edição: Scriptum

 

A edição de 5 de janeiro da Folha de S.Paulo publicou matéria sobre a disputa entre General Motors e Toyota pelo mercado americano, com uma retrospectiva histórica – acompanhei mais de perto a competição quando vivi nos Estados Unidos, entre 1970 e 1973.

Segundo a reportagem, a General Motors, produtora dos veículos Chevrolet, entre outros, nasceu nos EUA em 1921, ou seja, 90 anos atrás. Já a Toyota apareceu por lá mediante importações, no final da década de 1950, e só depois passou a fabricar no país. No fim da década de 1970 tornou-se a maior montadora entre as estrangeiras lá instaladas.

No período citado acima, eu era estudante, vivendo de uma bolsa que quase só cobria o básico, mas resolvi comprar um carro para aproveitar melhor a minha estadia no país. Tomei um financiamento a prestações, pagando juros muito altos, pois era um cliente de risco elevado, sendo estrangeiro e ganhando pouco. Acho que só consegui o financiamento porque estudava numa universidade de prestígio, que também operava com o banco que me financiou.

Olhando o mercado de carros usados, o único ao qual podia recorrer, já havia os japoneses, em geral menores e mais baratos que os americanos, mas, por mim e meus colegas, ainda eram vistos com desconfiança. Optei por um carro americano, e não me arrependi. Estava em ótimo estado e vendi depois a um colega chileno, que antecipou seu interesse por ele antes de meu retorno ao Brasil.

E a Toyota foi em frente, apresentando modelos maiores que tiveram muito sucesso, como o Corolla. Instalou várias fábricas no país, o que também tornou-se uma fonte de prestígio local, e mostrou força que culminou agora com essa ultrapassagem da GM. Ela ocorreu em 2021, quando a empresa produziu aproximadamente 2,3 milhões de unidades. Para fins de comparação, esse número, de uma única empresa, foi levemente superior ao total da produção brasileira de veículos em 2021, de 2,2 milhões de unidades, segundo consta no site da ANFAVEA, a entidade representativa do setor.

A Toyota é um exemplo da conhecida eficiência produtiva dos japoneses. De uns dois anos para cá, é sabido que a indústria automobilística internacional teve e continua tendo sérios problemas com o abastecimento de chips, cujo maior produtor é Taiwan. Estando mais próxima desse país do que os EUA, é provável que o Japão tenha maior acesso aos suprimentos que vêm de Taiwan, e pode ser que o Japão tenha seus próprios produtores de chips.

Será interessante acompanhar o desenvolvimento do mercado dos EUA e verificar se a Toyota vai manter ou não o seu primeiro lugar depois que o mercado de chips se normalizar.


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