Roberto Macedo, economista e colaborador do Espaço Democrático
Edição Scriptum
Jornais do dia 17 de outubro anunciaram essa boa notícia fundamentada no fato de que ocorreu no dia anterior, um encontro, em Washington, entre o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. As coisas começaram a melhorar quando Donald Trump ia falar na Assembleia Geral da ONU, logo após Lula, que foi o primeiro orador do evento, em 23 de setembro. Os dois se encontraram numa escada rolante e falaram por 39 segundos, após o quê Trump declarou que havia uma boa “química” entre os dois. Na sequência foi marcado esse encontro entre Vieira e Rubio, no qual “… ficou acertado que os dois ministros vão trabalhar para que haja uma reunião presencial entre os dois presidentes, em data a ser definida em breve”, segundo a Folha de S.Paulo do dia 17 de outubro. Espero que Trump não misture esse debate comercial com a questão de uma anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro, conforme se manifestou quando enviou o seu primeiro comunicado ao Brasil sobre o tarifaço. Vamos acompanhar o assunto e eventualmente voltaremos a ele neste espaço.
Outro assunto interessante que veio na Folha de S.Paulo do mesmo dia, foi: “Metade dos produtos mais afetados compensa impacto do tarifaço”. Segundo o jornal, “dos dez produtos mais exportados para os EUA em setembro e que ficaram de fora da lista de isentos do tarifaço, seis tiveram quedas nas vendas e cinco conseguiram compensar, total ou parcialmente, o impacto da taxação através de vendas a outros países. Para a China, principal destino, a alta de exportações de carnes bovinas desossadas foi de 75,4% e alcançou impressionantes 354% para o México. Somados esses cinco produtos, os embarques para compradores americanos tiveram queda de US$ 127,9 milhões em setembro ante o mesmo período de 2024, mais do que compensados pela alta das vendas de US$ 808,4 milhões para o resto do mundo na mesma comparação.
Como se percebe, nossos exportadores estão “se virando” quanto ao tarifaço, mas é indispensável prosseguir na luta para diminuir o efeito do tarifaço dos EUA. Assim, também é bom saber que as negociações sobre esse tarifaço também têm perspectivas melhores conforme a primeira parte deste artigo.
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