Durante a Segunda Guerra, o governo britânico transformou o batom em produto de primeira necessidade. Entenda, na matéria de Carlos Megía, publicada no El País, os efeitos psicológicos e sociais de um simples cosmético em um momento em que o mundo vivia uma de suas crises mais agudas (Leia mais).
Em plena Segunda Guerra Mundial, em 1941, o slogan “Agora, mais do que nunca, a beleza é seu dever”, transformou-se em um ato de compromisso patriótico, defendido e reforçado pelo próprio Winston Churchill. Mesmo com a produção de cosméticos interrompida no Reino Unido por causa do esforço de guerra, Churchill decidiu abrir uma exceção ao batom, afirmando que seu uso “elevava o moral da população”. O batom passou a ser produto de primeira necessidade, sendo distribuído com a mesma assiduidade da farinha, enquanto a gasolina, o açúcar e os ovos eram racionados.
Mesmo que pareça um tema superficial em tempos de pandemia, Rachel Felder, jornalista de revistas como The Cut e The New Yorker e autora do livro Red Lipstick: An Ode to a Beauty Icon, defende sua utilidade e relevância. “O batom eleva o moral, mas é muito mais do que isso: em tempos de crise, como aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial, dá às mulheres uma sensação de normalidade. Nestes dias, quando as pessoas estão lidando com o estresse, o confinamento e a perda de entes queridos, é muito importante manter esses pequenos detalhes diários, que fazem você se sentir normal. Pintar os lábios de vermelho todas as manhãs empodera.”