
Estima-se que a Starlink colocou cerca de 3 mil satélites no espaço desde 2018.
Texto: Estação do Autor com BBC News
Edição: Scriptum
Um céu de satélites. O projeto Starlink, do bilionário Elon Musk, está colocando na órbita da Terra milhares de satélites. O objetivo é fornecer serviços de internet de alta velocidade a partir do espaço em áreas remotas do planeta.
Os satélites SpaceX são tantos que até podem ser vistos nos céus a olho nu. Estima-se que a Starlink colocou cerca de 3 mil deles no espaço desde 2018. Em reportagem da BBC News, cientistas apontam os prós e contras do ambicioso projeto de Musk.
Por serem colocados em órbita terrestre baixa, os satélites permitem velocidades de conexão mais rápidas com o solo. Especialistas indicam que o mercado principal da empresa são os países em desenvolvimento, já que em lugares como Estados Unidos e Europa, mais de 90% dos lares possuem internet de alta velocidade. Além do Starlink, concorrentes como OneWeb e Viasat, que também fornecem serviços de internet via satélite, estão colocando milhares deles em órbita terrestre baixa.
Na opinião de Sa’id Mosteshar, diretor do Instituto de Política e Direito Espacial da Universidade de Londres, isso tornará o espaço cada vez menos seguro em termos de colisões. Os satélites podem atingir outros veículos e criar fragmentos de destroços que causariam ainda mais danos ao voarem em alta velocidade.
A gerente de projetos espaciais da Universidade de Portsmouth, Lucinda King, alerta para o fato de que, se houver muitos fragmentos, isso pode inutilizar a órbita terrestre baixa no futuro. Dessa forma, podemos não ser capazes de sair da órbita baixa da Terra para órbitas mais altas, nas quais nossos satélites de navegação e de telecomunicações estão localizados.
Os satélites da Starlink também incomodam os astrônomos. Durante o nascer e o pôr do sol, eles podem ser vistos a olho nu porque o sol brilha em suas asas. Isso pode causar problemas para os telescópios, obscurecendo a visão de estrelas e planetas.