
O juiz aposentado João Veríssimo acredita que o aprimoramento dos procedimentos para os pedidos de indenização nesses casos poderia reduzir o fenômeno
Redação Scriptum
No dia em que a seleção brasileira enfrentou a da Sérvia pela Copa do Mundo do Catar, o cantor e compositor Gilberto Gil foi hostilizado por torcedores brasileiros presentes ao estádio por eleitores de Jair Bolsonaro (PL). Dias antes deste episódio, o ex-presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, foi abordado e ofendido quando deixava o restaurante de um resort no litoral Norte da Bahia. Nos dois casos, tanto Gil quanto Maia eram pessoas públicas em atividades privadas que foram vítimas do chamado stalking, como é definida a invasão recorrente da esfera privada de alguém.
Na reunião semanal do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD – desta segunda-feira (12), o stalking foi o principal tema discutido. O juiz aposentado João Veríssimo, que acaba de ser integrado ao grupo de consultores da fundação, falou sobre o tema, definido por ele como “complexo”.
Segundo Veríssimo, toda pessoa pública se coloca em condição de ser questionada por sua atuação pública, “mas há limites para este questionamento, a abordagem não pode exceder os limites da civilidade”. Ele acredita que o aprimoramento dos procedimentos para os pedidos de indenização nesses casos “poderia reduzir muito o fenômeno, que foi potencializado pelas redes sociais”.
Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, os economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, o gestor público Januario Montone, o sociólogo Tulio Kahn, o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, e os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação do Espaço Democrático.