
Redação Scriptum
Para superar os imensos desafios que terá pela frente, em especial os associados à transição energética, a Petrobras precisará enfrentar um debate que a classe política tenta evitar: a privatização da companhia. O diagnóstico é do engenheiro e administrador Pedro Parente, que comandou a maior estatal brasileira entre 2016 e 2018, no governo do presidente Michel Temer (MDB), e conseguiu tirar a companhia de uma das maiores crises de sua história. Parente é o personagem da mais recente publicação do Espaço Democrático, o caderno A Petrobras e a transição energética, já disponível para leitura on-line ou download no site da fundação para estudos e formação política do PSD. A publicação traz a íntegra da palestra-entrevista dada por Parente ao Espaço Democrático.
Ele destaca que a transição climática vive um paradoxo: “Há uma pressão muito forte pela descarbonização, que é desafiada pela demanda crescente por energia firme, com segurança”. Segundo ele, esta necessidade não será atendida de maneira imediata e majoritária por fontes renováveis e o mundo ainda enfrenta um obstáculo adicional: o relevante consumo de energia dos data centers e das ferramentas de Inteligência Artificial (IA).
O Brasil, de acordo com Parente, está bem posicionado no contexto da transição energética: é o país com o maior percentual de fontes renováveis em sua matriz energética. “Temos a menor intensidade de carbono entre as grandes economias do mundo”, disse. Ele apresentou dados que mostram o quadro brasileiro: apenas entre 10% e 12% de nossa matriz energética é de fontes fósseis, quando a média global é de 59%; considerando toda a energia produzida no País, a participação das fontes renováveis é de 45% a 50%, muito superior às médias de outros países.