
Feldman: “Longevidade pode se transformar em um ativo para o melhoramento das condições de funcionamento da sociedade moderna”
Redação Scriptum
O progressivo envelhecimento da população brasileira não precisa e não pode ser encarado apenas como um problema de saúde pública e de custos para os governos, pois significa também boas oportunidades econômicas e possibilidade de avanços para toda a sociedade. A opinião é do ex-deputado federal Walter Feldman, atualmente presidente do Fórum São Paulo da Longevidade, que participou na segunda-feira (20) da reunião semanal do Espaço Democrático.
Em sua palestra, Feldman mostrou números sobre o aumento de idosos entre a população e alertou para a necessidade de uma nova visão sobre a questão. “Longevidade pode se transformar em um ativo para o melhoramento das condições de funcionamento da sociedade moderna, ao contrário de como o tema era visto, apenas como um problema de saúde, para a previdência social e, enfim, de custos para famílias e governos”, afirmou.
Feldman destacou que essa questão será discutida ao longo do Fórum São Paulo da Longevidade, maior evento dedicado à longevidade no Brasil, que acontece em São Paulo, entre os dias 27 a 29 de outubro de 2025, no Centro de Convenções do Expo Center Norte. O Fórum reunirá profissionais, empresários, representantes do setor público e privado, lideranças e formadores de opinião ligados ao ecossistema do envelhecimento ativo e saudável. (Saiba mais aqui).
Também ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Feldman destacou em sua palestra no Espaço Democrático a importância do envolvimento de partidos políticos, governos estaduais e municipais, além de outras instituições públicas e privadas, nas discussões sobre os desafios criados pelo crescimento dessa faixa etária. “É preciso dedicar atenção cada vez maior a essa área, que terá e está tendo impactos importantes em todos os aspectos da gestão pública e da vida das famílias”, disse.

Reunião do Espaço Democrático com Walter Feldman: longevidade já é um eixo estruturante da economia, do trabalho e da sociedade em todo o mundo
Nesse sentido, ele destacou iniciativas de lideranças do PSD como o governador paranaense Carlos Massa Ratinho Junior, cujas ações direcionadas às pessoas de mais idade foram reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que transformou o Paraná no primeiro Estado da América do Sul homenageado como Amigo da Pessoa Idosa. Citou também o deputado federal Gilberto Nascimento, do PSD de São Paulo, que criou a Frente Parlamentar da Longevidade, com a assinatura de mais de 200 deputados.
Em sua visão, a sociedade contemporânea está passando hoje por duas grandes transformações, que trazem uma nova realidade para o mundo. “A primeira é a mudança climática, um drama/calamidade que está afetando nossa qualidade de vida. A outra é o aumento da longevidade e o envelhecimento das populações, que vêm ocorrendo em todo o mundo, com profunda repercussão cultural e econômica”, explicou.
Ele lembrou que a longevidade já é um eixo estruturante da economia, do trabalho e da sociedade em todo o mundo, sendo que, em 2030, uma em cada 6 pessoas terá mais de 60 anos e, até 2070, a população com 65+ pode ultrapassar 2,2 bilhões. Para Feldman, a economia da longevidade movimenta trilhões de dólares ao ano no mundo e os 60+ são grandes consumidores de saúde, moradia, lazer, finanças e tecnologia assistiva. Além disso, a inclusão produtiva das pessoas com mais de 50 anos e o empreendedorismo geram crescimento sustentável. “O envelhecimento é vetor estratégico de desenvolvimento, não um fardo”, alertou.
Participantes
Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático, coordenada pelo jornalista Sérgio Rondino, o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, os economistas Lucas Ferraz, Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, o sociólogo Tulio Kahn, os gestores públicos Mário Pardini e Januario Montone, o professor pós-doc da USP José Luiz Portella, o médico sanitarista e ambientalista Eduardo Jorge, a secretária do PSD Mulher nacional, Ivani Boscolo, o coordenador nacional de Relações Institucionais da fundação, Vilmar Rocha, e o jornalista Marcos Garcia de Oliveira.