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{ PALESTRAS }

Traços da natureza humana em debate no Espaço Democrático

Duas palestras trataram de temas como bondade, maldade, intolerância e preconceito

Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático

Redação Scriptum

Alguns dos principais traços da natureza humana – bondade, maldade, intolerância e preconceito – foram temas da reunião semanal do Espaço Democrático, a fundação para estudos e formação política do PSD, nesta terça-feira (30). O cientista político Rubens Figueiredo fez uma exposição sobre um fenômeno cada vez mais comum na sociedade moderna e para o qual cunhou a expressão “intolerância reversa”. O advogado e empresário Helio Michelini Pellaes Neto falou sobre o livro Humanidade: Uma história otimista do homem, lançado em 2019 pelo historiador holandês Rutger C. Bregman.

Rubens Figueiredo defendeu a ideia do que tipifica como “intolerância reversa”. Em sua fala, traçou um paralelo entre a intolerância tradicional e a que chama de reversa. “Alguém ou algum grupo que não aceita ideias ou comportamentos de outra pessoa ou de outros grupos, o homem que não aceita a postura de uma mulher mais liberal ou o racista que acha o negro um ser inferior, podem ser considerados intolerantes tradicionais”, disse ele. O conceito da “intolerância reversa”, segundo ele, é a reação muitas vezes desproporcional daqueles que se sentem discriminados, sem necessariamente ser. “Parece existir uma espécie de necessidade de se apresentar como discriminado, mesmo quando isso não acontece de fato”, disse Figueiredo.

Ele citou dois exemplos de intolerância reversa. O primeiro deles, um episódio ocorrido recentemente: o de uma mulher negra que foi obrigada a deixar um avião da Gol, em Salvador, após uma discussão sobre bagagens – como havia dificuldade para guardar suas malas a bordo, os comissários solicitaram que fossem despachadas, o que ela recusou. Ao deixar o avião, ela disse que estava sendo vítima de racismo. “Ela estava deixando o avião porque não quis despachar as malas, não porque é negra”, apontou Figueiredo, lembrando outro episódio, ocorrido em uma palestra, quando a plateia começou a fazer perguntas para o convidado. “Lá pela quarta ou quinta pergunta a pessoa disse: até que enfim você chamou uma mulher, insinuando que havia preconceito do mediador. “Não havia, ela apenas foi a quarta ou quinta a se inscrever, mas usou a ‘intolerância reversa’ para lançar uma suspeita sobre o mediador”.

Já Helio Michelini falou sobre o best-seller de Bregman, que defende a tese segundo a qual o ser humano está programado para a bondade, não o contrário, o que contradiz a ideia de que, em situações críticas extremas, prevalece sempre a face mais agressiva do homem. Autor de quatro livros sobre história, filosofia e economia, o historiador holandês parte de extensa pesquisa para argumentar, com exemplos históricos, que acreditar na humanidade, na generosidade e na colaboração entre as pessoas é um comportamento que tem enormes implicações para a sociedade.

Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático e assistiram às exposições de Rubens Figueiredo e Helio Michelini Pellaes Neto o economista e gestor financeiro Flávio Chuery, o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, os economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, o cientista político Rogério Schmitt, o sociólogo Tulio Kahn, o consultor na área de saúde Januario Montone e os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação da Fundação Espaço Democrático.


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