Texto: Estação do Autor com BBC News Brasil
Edição: Scriptum
O Brasil não é mais o “país do futuro”. Os eleitores estão cada vez mais velhos, o que impacta diretamente os rumos da política nacional no curto, médio e longo prazos. De que forma isso pode afetar o resultado das eleições presidenciais em outubro?
Reportagem de Leandro Prazeres para a BBC News Brasil ouviu especialistas que indicam que o envelhecimento do eleitorado pode dificultar a aprovação de pautas consideradas “progressistas”, mais identificadas com a esquerda. Por outro lado, eles afirmam, pesquisas recentes apontam que os eleitores mais velhos tendem a ser mais favoráveis à democracia.
José Eustáquio Diniz Alves, doutor em demografia e pesquisador aposentado do IBGE, explica que esse fenômeno é uma tendência mundial, já que nas últimas décadas houve redução das taxas de natalidade e aumento da expectativa de vida. Isso se reflete, também, na composição das pessoas aptas a votar.
O cientista político e presidente do conselho científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas, Antonio Lavareda, revela que o envelhecimento do eleitorado no Brasil é alvo de atenção das campanhas presidenciais neste ano. Para ele, o aumento de idosos no eleitorado vai obrigar os candidatos a criarem propostas e discursos que façam sentido para esse segmento. “O mundo da política é como se fosse o mundo privado. Quem precisa se vender, não vai negligenciar um mercado tão grande e importante”, avalia Lavareda.