Texto: Estação do Autor com g1/globo
Edição: Scriptum
Alguma coisa mudou no dia a dia de São Paulo. Na capital paulista, as sextas-feiras, que antes da pandemia registravam os piores índices de congestionamento no trânsito, estão sendo substituídas pelas quintas. É o que está sendo observado também nos bares e restaurantes à noite. Ao que parece, a festejada expressão “sextou” está virando gíria ultrapassada. Reportagem de Raphael Martins para o g1 mostra como o trabalho híbrido afetou a rotina do paulistano.
A plataforma de gestão de escritórios Deskbee identificou um aumento total de quase 50% nas reservas de estações de trabalho no primeiro semestre de 2023, contra o mesmo período de 2022, de uma base de mais de 350 mil usuários.
Por outro lado, aumentou para 33% o número de empresas que voltaram ao regime antigo, com 100% de presença. O modelo híbrido é, hoje, a maioria e foi adotado por 59% das empresas. Apenas 8% estão em esquema totalmente remoto.
A mudança afeta também o mercado imobiliário. De acordo com Rafael Calvo, diretor de locação na divisão de escritórios da JLL, o retorno ao trabalho presencial preencheu primeiro as regiões tradicionais e mais concorridas da cidade. Além da onda de devoluções, a cidade recebeu mais oferta de imóveis corporativos. Prédios planejados antes da pandemia foram entregues pelas construtoras, inchando a disponibilidade de espaços. No segundo trimestre deste ano a vacância chegou a subir para 25,6%.
Morar mais perto do local do trabalho ainda é luxo. Em 2020, com a chegada da pandemia e o home office em expansão, houve um crescimento na procura por imóveis, com metragens maiores e mais afastados do centro. Agora, o trabalho híbrido vai desfazendo lentamente a tendência de viver em locais mais ermos e baratos. Fábio Takahashi, gerente de comunicação de dados da Loft, acredita que, com o fim total das restrições, aliado ao retorno ao trabalho presencial, os imóveis maiores deixam de ser tão fundamentais.