Texto Estação do Autor com DW.com
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No final da manhã de 11 de setembro de 1973 militares chilenos bombardearam o Palácio de La Moneda, em Santiago, e invadiram a sede do Executivo, derrubando o governo de Salvador Allende. Começava ali uma era de 17 anos de regime militar, sob o comando de Augusto Pinochet. A ditadura chilena fez 40 mil vítimas, entre as quais mais de três mil morreram ou desapareceram, segundo registros oficiais.
Nessa semana, um grupo de congressistas americanos tornou pública uma resolução de pedido de desculpas pelo papel que o país desempenhou no episódio. Admitindo a contribuição dos EUA para “a desestabilização das instituições políticas e dos processos constitucionais do Chile”. Reportagem publicada no site DW detalha o manifesto e os desdobramentos da ditadura que ainda hoje reverberam na sociedade chilena.
O país latino-americano segue processando e punindo militares que cometeram crimes durante o regime. No caso mais recente, sete militares foram condenados pelo sequestro e assassinato do cantor Víctor Jara, símbolo da canção de protesto chilena nos anos 1970. Mais de 1,5 mil agentes da ditadura já foram processados por crimes cometidos, o que coloca os chilenos à frente do Brasil no quesito justiça de transição.
Os congressistas exigem também a divulgação de documentos ainda secretos em arquivos americanos, ao mesmo tempo em que reconhecem que o próprio Congresso foi decisivo ao trazer à tona as “atrocidades” cometidas por Pinochet. O documento destaca o esforço de forças pró-democracia no Chile, com o apoio de movimentos de direitos humanos dos EUA e de outros países para acabar com o regime e restaurar o governo civil.