Texto: Estação do Autor com BBC News Brasil
Edição: Scriptum
Depois de transportar cargas entre continentes, navios gigantescos desativados se transformam em sucatas jogadas numa praia poluída, em algum lugar no sul da Ásia. A desmontagem dessas embarcações é arriscada e poluente. Lá, os trabalhadores usam tochas movidas a combustíveis fósseis para desmontar cuidadosamente os navios.
Assim como outras empresas, a alemã Leviathan busca alternativas para realizar esse trabalho de forma mais limpa e segura, utilizando alta tecnologia. Uma das novidades é a entrada em cena de um robô que, com a força de um poderoso jato d’água cortante, é capaz de partir ao meio um navio. A empresa pretende utilizar uma equipe de robôs para desmontar enormes embarcações para que o aço possa ser reciclado.
Reportagem de Chris Baraniuk para a BBC News Brasil mostra as características desse sistema, que requer muito menos trabalhadores do que o desmantelamento tradicional. E relata como vivem os operários que trabalham com a reciclagem de navios. É uma população que está frequentemente exposta a materiais perigosos, incluindo o amianto. Uma das batalhas das empresas que operam com soluções tecnológicas e sustentáveis é competir com os estaleiros que fazem o mesmo serviço com custos extremamente baixos.
Quando se trata de corte de navios, Bryce Lawrence, diretor de operações da Leviathan, explica que o maquinário instalado na Alemanha será movido por eletricidade e não por combustíveis fósseis. O software de computador desenvolvido pela companhia planeja automaticamente como desmontar uma embarcação da maneira mais eficiente possível. Os braços robóticos são do tipo utilizado em fábricas de automóveis e o jato de água é fabricado pela ANT AG, outra empresa alemã. O dispositivo explode uma mistura de água e areia a altas pressões, tecnologia tão precisa que é usada por especialistas para cortar fusíveis de bombas.