Texto: Estação do Autor com Meteored
Edição: Scriptum
No meio do oceano Pacífico Sul, distante 2.700 km da costa, há um local chamado ‘Ponto Nemo’. Por ser a região mais afastada de qualquer continente ou ilha, também é conhecido como “Polo de Inacessibilidade do Pacífico”. A área, que não é usada para qualquer atividade humana, dá lugar a um grande ‘cemitério’ a céu aberto de espaçonaves, satélites e navios de carga descartados.
Nemo, no latim, significa “ninguém”, justificando o quanto é desconhecida a região. Na reportagem de Tiago Robles para o site Meteored ficamos sabendo mais sobre esse ponto perdido no Pacífico. Uma verdadeira mina de ouro para futuros arqueólogos. Isso porque o acúmulo de lixo no local poderá trazer informações importantes sobre como a tecnologia mudou ao longo do tempo.
Com a ajuda de um software, o engenheiro e pesquisador Hrvoje Lukatela descobriu o Ponto Nemo em 1992. A ”localização de três pontos equiláteros é bastante única e não há outros pontos na superfície da Terra que poderiam substituir qualquer um deles”, declara o pesquisador. Desde que passou a ser usado como cemitério,repousam no fundo do oceano a Estação Espacial Mir, da era soviética, 6 naves do programa Salyut e 140 veículos de reabastecimento da Rússia. Na lista do lixo espacial constam também seis veículos de transferência de carga lançados pelo Japão e cinco da Agência Espacial Européia. Espera-se ainda que a Estação Espacial Internacional (ISS) também aterre nesta “lixeira”, daqui a oito anos.
Alice Gorman, professora de arqueologia espacial na Universidade Flinders, na Austrália, explica que desde 2013 houve uma queda radical no número de descartes no local. Para Gorman, isso significa uma mudança de valor. Ou seja, as pessoas estão começando a valorizar a reciclagem, a reutilização e a minimização dos danos ambientais.