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Como a descoberta do primeiro clima árido no Brasil pode impactar o restante do País

Processos de desertificação podem se acelerar e interferir na produção de energia e na agropecuária nacional

 

 

Texto: Estação do Autor com g1

Edição: Scriptum

 

 

As transformações pelas quais o planeta passa por conta do aquecimento global são cada vez mais sentidas. Pela primeira vez, especialistas identificaram uma região de clima árido no Brasil, numa área de quase seis mil km² no Norte da Bahia, que pode impactar o restante do País. Ao contrário da seca, período temporário de condições anormalmente sem chuvas, a aridez é a falta crônica de umidade no clima, indicando um desequilíbrio constante entre a oferta e a demanda de água.

Em reportagem de Roberto Peixoto para o site g1, especialistas analisam o resultado do estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).

De acordo com o relatório, a aridez está se expandindo no País devido ao aumento da evaporação associada ao aquecimento global. No caso do semiárido, essas regiões estão aumentando de forma acentuada, com uma taxa média superior a 75 mil km². Esses dados indicam que processos de desertificação podem se acelerar nas próximas décadas. Num país como o Brasil, esse é um dado preocupante, pois pode interferir na produção de energia e na agropecuária nacional.

Javier Tomasella, pesquisador do Inpe e coordenador do estudo, ressalta que a pesquisa, além de revelar mudanças geográficas, realça a necessidade de o Brasil desenvolver estratégias adaptativas, especialmente nas áreas urbanas e na agricultura. Por sua vez, Marcio Cataldi, professor do Departamento de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Fluminense defende a urgência de ações integradas, incluindo medidas de monitoramento climático, investimento em tecnologias sustentáveis, como energia solar e eólica, e a implementação do plano nacional para lidar com a crise hídrica e seus impactos socioeconômicos.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima diz que planeja lançar um Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca até setembro de 2024. Segundo o MMA, o plano contará com um sistema de monitoramento para acompanhar o trabalho e apresentar resultados à sociedade.

 


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