Texto Estação do Autor com Agência Brasil
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Os baixos salários, a falta de reconhecimento profissional, a carga horária excessiva e o desinteresse dos alunos são os principais motivos para que cada vez mais professores pensem em desistir da carreira. Segundo revela a pesquisa inédita Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil, divulgada pelo Instituto Semesp, oito em cada dez professores da educação básica já cogitaram abandonar as salas de aula.
Reportagem de Mariana Tokarnya para a Agência Brasil traz mais informações sobre o estudo “Cursos de Licenciaturas: Cenários e Perspectivas”, do Semesp, que contribui para traçar o cenário do setor educacional no País.
Realizada entre 18 e 31 de março de 2024, a pesquisa ouviu 444 docentes das redes pública e privada, do ensino infantil ao médio, de todas as regiões do País. Além dos 79,4% dos entrevistados que já pensaram em desistir da carreira, outros 67,6% se sentem inseguros, desanimados e frustrados quanto ao futuro profissional. Mais da metade dos entrevistados diz já ter passado por algum tipo de violência no local de trabalho. As questões mais presentes são agressão verbal (46,2%), intimidação (23,1%) e assédio moral (17,1%). São citados também racismo e injúria racial, violência de gênero e até ameaças de morte.
Apesar disso, a pesquisa mostra que a maioria (53,6%) dos professores da educação básica está satisfeita com a carreira. Os professores apontam como motivos para continuar nas salas de aula, principalmente, o interesse em ensinar e compartilhar conhecimento (59,7%), a satisfação de ver o progresso dos alunos (35,4%) e a própria vocação (30,9%). Para Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, esses dados são importantes porque mostram o que motiva os professores, além de apresentar um perfil dos que pretendem ser educadores.