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Rendimentos aumentam mais nas classes A e B

Economista Roberto Macedo analisa estudo da consultoria Tendências sobre os rendimentos da população

ARTIGO

Roberto Macedo, economista e colaborador do Espaço Democrático

Edição Scriptum

 

Essa conclusão veio de estudo da consultoria Tendências, onde atuam os economistas Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, e Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central. Esse estudo recebeu atenção do jornal Valor Econômico do dia 5 de julho.

Na classe A, a projeção do crescimento real em 2024 é de 6,6% e na classe B prevê-se um crescimento maior, de 7,2%, enquanto o da classe C deve ser de 4,5% e nas classe D e E, de 3,2%.  Percebe-se, assim, que nas duas primeiras classes o crescimento esperado é claramente maior que nas três últimas.

Para se ter uma ideia dos rendimentos dessas classes, a A tem rendimentos superiores a R$ 24,8 mil por mês. Esses rendimentos representam 37,5% do total da massa de renda, mas apenas 3,9% dos domicílios. A classe B tem rendimentos entre R$ 8 mil a R$ 24,8 mil mensais, representando 21,9% da massa de rendimentos e 15% das famílias. Já na classe C a faixa é entre R$ 3.300 e R$ 8 mil mensais, relativos a 18,4% do total de rendimentos e 31,2% das famílias. Nas classes D e E estão as famílias com rendimentos até R$ 3.300, que correspondem a 22,2% da massa de rendimentos e 49,9% (!) dos domicílios.

Esses dados de classes de rendas, seus rendimentos, sua participação na massa salarial e no conjunto das famílias mais uma vez confirmam aquilo que se descreve usualmente como a enorme desigualdade de renda no Brasil favorecendo os mais ricos. E o estudo também informa que com a evolução dos rendimentos dessas classes esperada para 2024 essa desigualdade estaria aumentando.

Esse aumento, sempre segundo o estudo citado, estaria sendo causado por dois fatores. O primeiro é a evolução favorável do mercado de trabalho, que vem favorecendo mais as classes A e B, particularmente esta última.  A segunda é o que o estudo chama de “outros ganhos” que não salários, como os derivados de “… investimentos, aplicação, aluguéis e dividendos, que esperamos que suba 4,9% este ano. É muito representativa na A e responde por 75% (!) dos rendimentos nela, em comparação com 11% na classe B. Mesmo com redução da taxa Selic em relação ao ano passado, a taxa básica de juros ainda está em patamar muito alto”.

Quanto a essa taxa, o presidente Lula vinha criticando-a forte e frequentemente, mas recentemente parou de falar nisso e passou a prestigiar o ministro Fernando Haddad na sua tentativa de controlar gastos públicos que são um dos ingredientes da alta da Selic. Será que essa tentativa vai ser mesmo seguida e de forma eficaz? Será ver para crer.

 

 

Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.


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