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Estudo com DNA desmente teoria de colapso intencional na Ilha de Páscoa

Moradores da ilha podem ter chegado à América do Sul nos anos 1300, bem antes de Cristóvão Colombo, em 1492

 

Os genomas de habitantes de Rapa Nui foram sequenciados pelos pesquisadores e a análise não encontrou evidências indicando um colapso populacional acentuado.

 

 

Texto Estação do Autor com CNN Brasil

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Rapa Nui, conhecida como Ilha de Páscoa, nunca sofreu um colapso populacional devastador, de acordo com uma análise de DNA de 15 antigos habitantes da remota ilha no Oceano Pacífico. A análise sugere também que os moradores da ilha, localizada a cerca de 3.700 quilômetros da costa da América do Sul, chegaram às Américas nos anos 1300. Ou seja, bem antes da chegada de Cristóvão Colombo, em 1492.

Reportagem de Katie Hunt para CNN traz detalhes do estudo publicado na revista científica Nature que lança luz sobre a verdadeira história da Ilha de Páscoa, desmistificando a teoria de colapso social sofrido pelos habitantes.

O geógrafo Jared Diamond em seu livro de 2005, Colapso, usou a Ilha Rapa Nui, famosa por suas monumentais cabeças de pedra, como exemplo de uma exploração de recursos limitados que pode levar a um declínio populacional catastrófico, devastação ecológica e destruição de uma sociedade por meio de conflitos internos.

Os genomas de habitantes de Rapa Nui, cujos restos mortais estão preservados no Museu do Homem, em Paris, foram sequenciados pelos pesquisadores e a análise não encontrou evidências indicando um colapso populacional acentuado. Houve um crescimento gradual até o século XIX, quando invasores peruanos capturaram cerca de um terço dos habitantes.

O estudo revela ainda que os moradores da ilha trocaram genes com povos da América do Sul entre 1250 e 1430, antes da chegada dos europeus, em 1722. Cerca de 6% a 11% dos genomas analisados têm origens sul-americanas, o que confirma contatos pré-colombianos entre Rapa Nui e o continente americano. O coautor do estudo, J. Víctor Moreno-Mayar, professor assistente de geogenética no Instituto Globe da Universidade de Copenhague, afirma que não houve uma perda populacional em que 80% ou 90% da população tenha morrido. Restos de batata-doce encontrados anteriormente, uma planta nativa da América do Sul, já sugeriam uma conexão.

Tais revelações reforçam a ideia de que Rapa Nui foi habitada por uma sociedade sustentável, contrariando a teoria de um colapso auto infligido. Lisa Matisoo-Smith, professora de antropologia biológica da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, observa que os polinésios eram grandes navegadores, capazes de percorrer enormes áreas do Pacífico, sendo natural que tivessem alcançado a América do Sul. A descoberta marca uma mudança na compreensão de Rapa Nui, transformando a ilha em exemplo de resiliência e sustentabilidade típica das sociedades polinésias.


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