Texto Estação do Autor com ONU News
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Os quase 40 anos defendendo os direitos e a dignidade de pessoas em movimento renderam à brasileira Rosita Milesi o “Prêmio Nansen para Refugiados”, concedido pela Agência da ONU para Refugiados, Acnur. Ao lado dela, outras quatro mulheres foram premiadas por atuações que envolvem acesso à educação, independência financeira, saúde mental, ajuda humanitária e cidadania.
Reportagem de Marina Calderon para a ONU News mostra a trajetória da Irmã Rosita Milesi, freira, advogada, assistente social e ativista que tem seu trabalho reconhecido pela ONU por ajudar milhares de refugiados e imigrantes a ter acesso à documentação legal, abrigo, alimentação, assistência médica, treinamento de idiomas e acesso ao mercado de trabalho no Brasil.
Como advogada, Rosita também tem sido fundamental na formulação de políticas públicas. Seu trabalho na lei de refugiados do Brasil, de 1997, por exemplo, ajudou a ampliar os direitos deste grupo. A medida garantiu um marco legal com mais proteção, inclusão e capacitação para as pessoas forçadas a fugir, em linha com os padrões internacionais definidos na Declaração de Refugiados de Cartagena, de 1984.
“Com muita frequência as mulheres enfrentam riscos elevados de discriminação e violência, especialmente quando forçadas a fugir”, diz o alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi. Ele ressalta que as cinco vencedoras mostram como as mulheres estão “desempenhando um papel crítico na resposta humanitária e na busca de soluções”. Grandi elogiou a dedicação delas em impulsionar a ação em suas próprias comunidades, construindo apoio de base e até mesmo “moldando políticas nacionais”.
Além de Rosita Milesi, foram premiadas a ativista Maimouna Ba, de Burquina Fasso, Jin Davod, uma empreendedora social síria, Nada Fadol, refugiada sudanesa, e Deepti Gurung, defensora de direitos do Nepal. A cerimônia oficial de entrega do prêmio será realizada em Genebra no dia 14 de outubro.