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{ ARTIGO }

Segundo turno não altera correlação de forças entre os partidos

Prefeitos eleitos podem mudar livremente de partido não só antes como também depois de tomarem posse, lembra Rogério Schmitt

Rogério Schmitt, cientista político e colaborador do Espaço Democrático

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As eleições municipais de 2024 chegarão ao fim no próximo domingo (27), quando cerca de 60 milhões de eleitores, distribuídos por 52 cidades, escolherão em segundo turno os seus novos prefeitos entre os dois candidatos mais bem votados no último dia 5 de outubro.

Apesar de a fatura eleitoral já estar liquidada na maior parte do país, esta ainda será uma eleição muito mobilizadora, pois envolverá nada menos que 39% do eleitorado brasileiro (estamos falando de capitais e de cidades de grande e médio portes), em 20 Estados da federação.

O Estado de São Paulo, com 18 cidades, lidera com folga o ranking de municípios que voltarão às urnas, seguido pelo Rio Grande do Sul (com cinco cidades). Em outros 18 Estados, o número de segundos turnos para prefeito variará entre um e três municípios.

Os eleitores ganharam uma “folga” somente no Acre, em Roraima, no Amapá, no Piauí, em Alagoas e em Santa Catarina – Estados nos quais já são conhecidos todos os prefeitos eleitos.

Um total de 17 partidos políticos conseguiu classificar ao menos um de seus candidatos para o segundo turno. Nas cinco primeiras posições deste ranking aparecem o PL (23 municípios), o PT (13), o União Brasil (11), o PSD (10) e o MDB (10). As legendas remanescentes terão, cada uma, entre 1 e 7 candidatos no segundo turno.

Como sempre acontece, o eleitorado tende, no segundo turno, a dar um voto mais estratégico e pragmático, em detrimento dos candidatos com maiores taxas de rejeição.

Muitas análises poderão ser feitas, já a partir do domingo à noite, sobre o resultado desta nova rodada de votação. Algumas destacarão a soma de prefeitos eleitos por cada sigla. Outras provavelmente destacarão a “taxa de aproveitamento” dos partidos, isto é, a proporção entre candidatos eleitos e candidatos lançados. Outras ainda destacarão os partidos e candidatos vitoriosos em algumas capitais mais populosas (como São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza ou Curitiba).

Todas estas abordagens têm os seus méritos, mas têm também as suas limitações. O fato é que o panorama geral das eleições municipais já está dado desde o primeiro turno. Seja qual for o resultado da votação no próximo domingo, já não podem mais ser alteradas as posições relativas dos partidos em rankings como os de número total de prefeitos e vereadores eleitos, ou de votos agregados recebidos pelas legendas em nível nacional.

Alguns poderão replicar que após o resultado do segundo turno saberemos o número de eleitores que serão governados por cada partido nos próximos quatro anos. De fato, esta é uma informação de que não dispomos até o momento. Mas acredito que este indicador tenha um prazo de validade muito efêmero.

Os prefeitos eleitos (ao contrário do que acontece com os vereadores) podem mudar livremente de partido não só antes como também depois de tomarem posse. E estas migrações tendem a se dar na direção dos partidos que já foram vitoriosos no primeiro turno, especialmente os de centro.

Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

 

 


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