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Com 64 parques tecnológicos, desafio agora é a interiorização

Essenciais no processo de inovação, parques precisam ir além das regiões metropolitanas do País

O professor da USP Sylvio Goulart Rosa Júnior participou do processo de criação do Parque de São Carlos no interior de São Paulo.

 

 

Texto: Estação do Autor com Agência Brasil

Edição: Scriptum

 

Os parques tecnológicos desempenham um papel essencial no processo de inovação da economia brasileira, conectando universidades, empresas e governos para transformar ideias em produtos e serviços inovadores. O desafio que se apresenta hoje envolve a integração e interiorização desses complexos tecnológicos já que a maioria deles está em regiões metropolitanas do Sul e do Sudeste do país. Neste mês, completam-se quatro décadas de criação dos dois parques mais antigos ainda em operação: São Carlos, em São Paulo, e Campina Grande, na Paraíba.

Passados 40 anos, esse ambiente de conexão entre pesquisa, inovação e mundo empresarial se expandiu no país. Dados da plataforma InovaData, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), mostram que existem no país 64 parques tecnológicos. Além desses, há 29 em processo de implantação e oito sendo planejados. Confira mais informações na reportagem de Vitor Abdala para a Agência Brasil.

Para a diretora de Apoio aos Ecossistemas de Inovação do MCTI, Sheila Pires, esses parques são importantes para estratégias de desenvolvimento do país nas áreas de ciência e tecnologia, transição energética e bioeconomia. A ideia é que esses ambientes sejam protagonistas para alcançar o que essas políticas estão buscando: maior sustentabilidade, desenvolvimento e inclusão. Segundo ela, apesar do Brasil ter uma história bem-sucedida em termos de parques tecnológicos, ainda há espaço para crescer, principalmente em termos de ampliar a interiorização e criar mais polos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Foi em 1984 que o então presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque, percebeu a importância de conectar centros de pesquisa com o meio empresarial, de modo a estimular a inovação na economia.

No mesmo ano, o professor da USP Sylvio Goulart Rosa Júnior participou do processo de criação do Parque de São Carlos no interior de São Paulo. Foi presidente do centro e é hoje seu diretor técnico. Segundo Goulart, o parque que surgiu da junção de universidades como a USP e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), além de instituições de pesquisa como a Embrapa, revolucionou a cidade.

Apesar dos parques tecnológicos só terem surgido como instituições oficialmente estabelecidas nos anos 80, o município de São José dos Campos, em São Paulo, considera-se sede do primeiro polo de tecnologia no país, já que é sede da gigante na fabricação de aviões Embraer, do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), criados entre as décadas de 40 e 60.

O Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (PIT) só seria criado em 2006. Atualmente reúne sede ou escritórios de quase 400 empresas, principalmente voltadas para a área aeroespacial, mas atrai outros setores tecnológicos e prestadoreCom 64 parques tecnológicos, desafio agora é a interiorizaçãoesastres Naturais (Cemaden).


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