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{ ARTIGO }

Um balanço das mudanças ministeriais no governo

Ninguém sabe quando e o que vai acontecer, mas a prática de Lula é fazer mudanças a conta-gotas, lembra Rogério Schmitt 

Rogério Schmitt, cientista político e colaborador do Espaço Democrático

Edição Scriptum

 

Há uma grande expectativa no meio político de que o presidente Lula realize (nas próximas semanas ou meses, ninguém sabe ao certo) alguns ajustes na composição do primeiro escalão do seu governo. A cogitada reforma ministerial supostamente seria uma verdadeira obra de engenharia política, que atenderia a diversos propósitos simultâneos.

Tal reforma na Esplanada dos Ministérios serviria para garantir maior apoio no Congresso dos partidos que já integram a base aliada, para afastar ministros com desempenho ruim, para integrar ao governo antigas lideranças políticas da Câmara e do Senado e para já começar a preparar as alianças eleitorais de 2026. É muito problema para resolver ao mesmo tempo! Minha impressão é que a montanha pode parir um rato.

Mas hoje, na verdade, gostaria de fazer um retrospecto das mudanças que o presidente Lula já efetuou em seu governo neste terceiro mandato, com base em quatro medidas empíricas distintas (veja também outro artigo meu sobre o tema). As trocas não foram poucas, mas talvez tenham algo a nos ensinar sobre o futuro.

Número de ministérios

Na posse, o governo Lula foi estruturado com 37 ministérios (considerando também órgãos ou secretarias com status ministerial). Esse número subiu para 38 com a criação, em setembro de 2023, da pasta do Empreendedorismo. Por um breve período (entre maio e setembro de 2024), funcionou ainda uma secretaria extraordinária para o apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul, o que elevou o total de pastas para 39. Mas, desde então, o número de ministros voltou a ser de 38.

Número de ministros

Nada menos que 45 pessoas já ocuparam cargos ministeriais no atual governo, levando em conta as trocas dos titulares de algumas pastas. E um total de 30 dos ministros “originais” permanecem até hoje na Esplanada (o que inclui dois casos de remanejamento de pastas para o mesmo ministro).

Partidos dos ministros

Nada menos que 11 partidos políticos estão representados hoje no ministério de Lula. Nove deles (o PT, o PSB, o PDT, o PCdoB, o PSOL, a Rede, o União Brasil, o PSD e o MDB), desde o início do governo. E outras duas siglas (o PP e o Republicanos) foram presenteadas com ministérios a partir de setembro de 2023.

Cronologia das trocas de ministros

A primeira substituição de nomes no primeiro escalão do governo foi já em abril de 2023, no Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Em julho, seria a vez da pasta do Turismo. Uma substituição dupla ocorreria em setembro de 2023, com mudanças nos titulares das pastas dos Esportes e também dos Portos e Aeroportos. Já no segundo ano do governo (em 2024), o presidente promoveu mudanças na pasta da Justiça (janeiro), na Secretaria de Comunicação Social (maio) e na pasta dos Direitos Humanos (setembro). Recentemente, em janeiro de 2025, houve uma nova mudança na Secretaria de Comunicação Social.

Tudo isso para constatarmos que, pelo menos até o momento o estilo de gestão do presidente Lula tem sido promover substituições de ministros a conta-gotas – e não o de realizar reformas ministeriais mais amplas, como se cogita agora. E, enquanto escrevia esse artigo, foi anunciada também uma troca no Ministério da Saúde.

Aguardemos para ver o que de fato irá acontecer, mas acredito que nem todos os inúmeros boatos de substituições na Esplanada serão necessariamente confirmados.

Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.


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