Pesquisar

tempo de leitura: 2 min salvar no browser

{ ARTIGO }

O Brasil tem saída, mas não é pelo populismo

Medidas sancionadas às pressas visando somente interesses políticos e de grandes empresários não contribuem para o crescimento, escreve Roberto Mateus Ordine

Roberto Mateus Ordine, advogado, presidente da Associação Comercial de São Paulo e colaborador do Espaço Democrático

Edição Scriptum

Os desafios econômicos enfrentados pelo Brasil são cada vez mais acentuados e longe de uma expectativa de melhora do cenário. A política fiscal não corresponde com a realidade do País. Diariamente somos surpreendidos negativamente com medidas populistas impostas pelo governo.

Ao contrário do que é proposto pela política fiscal do governo e, principalmente o que tem sido executado, não são garantias do crescimento econômico sustentável e da estabilidade econômica. Pelo contrário, são pautas de populismo econômico que já se mostraram negativas.

A alta das taxas de juros, que tem impactado diretamente no desempenho do varejo e, consequentemente, na empregabilidade, é consequência da política de aumento dos gastos públicos e da excessiva taxação, estimulados por essa agenda populista totalmente voltada para o Estado e que reflete negativamente na confiança dos investidores. O populismo é um conceito que possibilita soluções imediatas, mas na prática seus efeitos não se sustentam por muito tempo.

Medidas sancionadas às pressas visando somente interesses políticos e de grandes empresários, como a Reforma Tributária, que vai trazer sérios impactos negativos para os pequenos empreendedores no médio e longo prazo, não contribuem para o crescimento por marginalizar a grande massa dos empreendedores, os micro e pequenos empresários abrigados no Simples.

Com a Selic em alta, o poder de compra diminui e o varejo perde. Entretanto, manter essa política de juros é fundamental para segurar a inflação e estabilizar a moeda. Mas sem uma política fiscal coesa que vise o longo prazo, o resultado será a recessão.

Pagar impostos é uma necessidade para que o Estado possa cumprir suas funções, é um ato de cidadania. Reformas estruturais com contenção de gastos públicos, desburocratização e incentivos para os pequenos empreendedores podem contribuir para o crescimento sustentável da economia.

A desaceleração da atividade econômica, refletida pela redução na criação de empregos, além do aumento da inflação (aumento dos preços dos itens essenciais como alimentos, bebidas, medicamentos e combustíveis), tem acontecido em um momento de alto endividamento das famílias, o que impacta negativamente nas decisões de compra fazendo com o que o consumidor fique mais cauteloso diante dos gastos. Resultado disso: a economia não gira.

Sou otimista e acredito na melhora do cenário econômico brasileiro, mas isso só será possível por meio de políticas fiscais e econômicas que aumentem a produtividade para tornar a economia brasileira sólida e competitiva. Menos burocracia e menos Estado geram mais competitividade. Infelizmente o que temos visto ultimamente é um retrocesso fiscal e burocrático inaceitável com a sanção da reforma tributária, cujo vetos não a tornaram mais racional.

Publicado originalmente na edição de 20 de fevereiro de 2025 do Diário do Comércio

Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.


ˇ

Atenção!

Esta versão de navegador foi descontinuada e por isso não oferece suporte a todas as funcionalidades deste site.

Nós recomendamos a utilização dos navegadores Google Chrome, Mozilla Firefox ou Microsoft Edge.

Agradecemos a sua compreensão!