
Estudo diz que aumenta o número de crianças com dificuldades para escrever de forma rápida e legível.
Texto Estação do Autor com DW
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Na rotina digital, escrever à mão com papel e caneta pode parecer cada vez mais incomum. Mas o “antigo método” ainda traz vantagens. Segundo um estudo norueguês de 2024, escrever à mão aumenta a atividade cerebral nas áreas importantes para o aprendizado.
Artigo assinado por Alexander Freund para a DW analisa o uso da escrita à mão, que está entre as técnicas culturais mais importantes da evolução humana, e a diminuição dessa prática diante de um mundo cada vez mais tecnológico. A comunicação por meio de canetas e papel tem se tornado rara, enquanto a comunicação por e-mails, mensagens de texto ou, sobretudo entre os mais jovens, por mensagens de voz, se estabelece como regra.
Freund explica que desde crianças aprendemos a escrever à mão da forma mais correta e ordenada possível. Embora todas as crianças aprendam as mesmas letras, a escrita de cada um é sempre muito particular. Durante a adolescência e o início da fase adulta, nossa caligrafia costuma mudar significativamente, mas depois disso ela permanece praticamente a mesma para a maioria das pessoas.
A Associação Alemã de Educação e Formação vem detectando há anos o declínio das habilidades de escrita. De acordo com o Estudo sobre o desenvolvimento, os problemas e as intervenções na questão da caligrafia (STEP 2022) aumenta o número de crianças com dificuldades para escrever de forma rápida e legível.
Há milhares de anos as informações eram esculpidas em argila ou pedra ou escritas com tinta em folhas de palmeira, pergaminho ou papiro. Ao contrário da fala, a escrita antigamente era reservada apenas a uma minoria: a nobreza, os intelectuais e os comerciantes. O fato de tantas pessoas saberem ler e escrever hoje em dia só mudou com a introdução da escolaridade obrigatória no século 20.
Em 1820, apenas 12% da população mundial sabia ler e escrever. Hoje, a proporção se inverteu. Segundo a Unesco, apenas 13% das pessoas no mundo não sabem ler nem escrever. Metade dos aproximadamente 765 milhões de analfabetos vive no Sul da Ásia e mais de um quarto na África Subsaariana.