
Pedro Prata: “Plano cria base concreta de atuação, com medidas práticas que podem destravar investimentos e criar um ambiente mais favorável à inovação”
Texto Estação do Autor com Um Só Planeta /Globo
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O Governo Federal aprovou nesta quinta-feira (8), o Plano Nacional de Economia Circular (PLANEC), marco que promete redefinir o modelo de produção e consumo no Brasil. Previsto para publicação no primeiro semestre de 2025, integra a Estratégia Nacional de Economia Circular (ENEC), compromisso do País com sustentabilidade e inovação econômica. O plano busca impulsionar a transição para a economia circular em diversos setores da economia brasileira. Nele são priorizados modelos de negócios que eliminem resíduos e poluição, mantenham produtos e materiais em uso e regenerem sistemas naturais.
Em entrevista exclusiva concedida à Ívina Garcia para o site Um Só Planeta (assinantes), Pedro Prata, gerente sênior de Políticas e Instituições para a América Latina na Fundação Ellen MacArthur, celebrou a aprovação do plano e destacou o potencial transformador da iniciativa. “O PLANEC é um divisor de águas. Ele cria uma base concreta de atuação, com medidas práticas e mensuráveis que podem destravar investimentos e criar um ambiente mais favorável à inovação circular no País”, disse.
A economia circular vem sendo debatida globalmente como uma alternativa ao modelo linear de produção baseado em extrair, produzir, consumir e descartar. Segundo Prata, a adesão brasileira a essa estratégia não representa apenas um avanço ambiental, mas também uma oportunidade econômica. Para ele o PLANEC é capaz de colocar o Brasil em posição de liderança na América Latina, oferecendo a oportunidade de reposicionar a economia brasileira frente aos desafios do século 21, promovendo um crescimento econômico dissociado do uso intensivo de recursos naturais.
Com a aprovação, o desafio agora é colocar a iniciativa em prática. Pedro Prata vê com bons olhos o fato de o texto já indicar instrumentos financeiros, diretrizes de capacitação e mecanismos de monitoramento. O plano pode destravar crédito, abrir caminhos para o redesenho de produtos e processos e estimular a capacitação da força de trabalho para a economia circular, conclui.