
Mariangela Hungria diz que seu trabalho é buscar “uma agricultura mais sustentável, usando os biológicos em substituição parcial ou total dos insumos químicos”.
Edição Scriptum com Agência Estadual de Notícias
A engenheira agrônoma e pesquisadora da Fundação Araucária, Mariangela Hungria, foi anunciada na terça-feira (12) como a vencedora do Prêmio Mundial da Alimentação de 2025, o World Food Prize. Conhecido como o Nobel da Agricultura, o prêmio é uma valorização aos estudos da microbiologista no desenvolvimento de dezenas de tratamentos biológicos de sementes e de solos, que ajudam a planta a obter nutrientes por meio de bactérias do solo.
“Eu estou muito emocionada em receber esse prêmio, porque eu jamais imaginaria, fazendo um trabalho no Interior do Brasil, lutando com todas as dificuldades que a gente tem, achava muito improvável que isso acontecesse”, comentou a pesquisadora. Ela explica que seu trabalho é buscar “uma agricultura mais sustentável, usando os biológicos em substituição parcial ou total dos insumos químicos”.
Para o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, o anúncio do prêmio Mundial de Alimentação é um importante reconhecimento à pesquisadora e uma conquista para o Paraná e para o Brasil. “Nós tivemos pouquíssimos brasileiros vencedores desse importante prêmio, que foi criado para premiar pessoas que realmente trabalham no efetivo aumento da produção de alimentos. Mariangela Hungria está de parabéns, o Paraná está de parabéns, o Brasil está de parabéns. Esperamos contar sempre com apoio dos recursos financeiros necessários para continuar desenvolvendo a ciência brasileira”, disse.
Apoio à ciência
Professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL) nos cursos de pós-graduação em Microbiologia e Biotecnologia e na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) do curso de Bioinformática, a cientista tem desenvolvido importantes estudos no Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Taxonline. Iniciativa da Fundação Araucária, o arranjo de pesquisa conta com vários projetos envolvendo as coleções biológicas, base para qualquer estudo em biodiversidade e aplicação biotecnológica.
A Fundação Araucária é apoiada pela gestão do governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), que desde o início de seu primeiro mandato, em 2019, vem reforçando investimentos na pesquisa científica, como forma de estimular a inovação e o desenvolvimento do Estado. No final de 2024, por exemplo, o Governo do Estado anunciou investimento de R$ 30 milhões no Programa Institucional de Pesquisa Universal (Básica e Aplicada), por meio da Fundação Araucária, com o objetivo de apoiar financeiramente projetos de pesquisa que visem contribuir para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação do Paraná, além de impulsionar a consolidação de redes e núcleos de pesquisa.
Prêmio
O anúncio do Prêmio Mundial de Alimentação foi feito no Estado de Iowa, Estados Unidos, na sede da Fundação World Food Prize, criada por Norman Bourlaug, pai da Revolução Verde e Prêmio Nobel da Paz em 1970. É para esse Estado que 100 estudantes do Paraná vão viajar no segundo semestre para um intercâmbio dentro do Ganhando o Mundo Agrícola, promovido pela gestão de Ratinho Junior para expansão do aprendizado na rede estadual.
Mariangela receberá o prêmio em 23 de outubro deste ano. Em 2006, os agrônomos brasileiros Edson Lobato e Alysson Paulinelli dividiram o prêmio com o colega estadunidense A. Colin McClung, pelo trabalho no desenvolvimento da agricultura na região do cerrado.