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Pesquisa revela condições precárias do trabalho remoto em todo o mundo

As contratantes deixam de pagar por serviços, atrasam e remuneram menos que o salário-mínimo do local de residência dos prestadores

 

Contratantes deixam de pagar por serviços, atrasam e remuneram menos que o salário-mínimo do local de residência dos prestadores

 

 

Texto Estação do Autor com Agência Brasil

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A tendência é global. Plataformas digitais se tornaram as grandes mediadoras de serviços. Entregas, transporte e aluguel por temporada estão entre os mais conhecidos em todo o mundo. Mas essas empresas têm contratado também pessoas para uma série de trabalhos à distância on-line para tarefas como alimentação de banco de dados de Inteligência Artificial, criação de conteúdo, apoio a vendas e outros serviços profissionais que podem ser pagos por projetos.

O trabalho remoto em plataformas é a principal remuneração de seis em cada dez trabalhadores dessa modalidade. No entanto, é exercido em condições precárias. As contratantes deixam de pagar por serviços, atrasam e remuneram menos que o salário-mínimo do local de residência dos prestadores. Também falham em garantir suporte e segurança no caso de pessoas submetidas a categorizar vídeos violentos ou de conteúdo sexual, não oferecem proteção social e ainda dificultam a organização dos trabalhadores.

Reportagem de Isabela Vieira para a Agência Brasil destaca as principais constatações do Relatório Fairwork Cloudwork Ratings 2025, projeto internacional que reúne uma rede de pesquisadores coordenados pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pelo instituto WZB Berlin, na Alemanha.

O estudo avaliou 16 plataformas de trabalho em nuvem entre as mais utilizadas e fez um levantamento com cerca de 750 trabalhadores em 100 países. O relatório traz um ranking das plataformas em relação às condições básicas de trabalho e surpreende pelas notas atribuídas. A média foi 3,5 de um total de 10.

Apenas quatro dessas plataformas conseguiram comprovar que os prestadores ganham pelo menos um salário-mínimo, apesar de o setor ter movimentado cerca US$ 557 bilhões em 2024, valor que deve crescer para US$ 647 bilhões este ano. O Fairwork defende uma regulamentação nacional e internacional como forma de alcançar cerca de 400 milhões de pessoas no setor, segundo estimativa do Banco Mundial.

No Brasil, a necessidade de regular esse trabalho é uma preocupação compartilhada pelo Ministério Público do Trabalho. O procurador Rodrigo Castilho cita entre os problemas a violação da jornada legal, a necessidade de adequação do ambiente de trabalho, as dificuldades de organização sindical e a baixa remuneração diante do alto volume de tarefas ou de horas disponíveis para o trabalho nas plataformas.

Na avaliação de Castilho, “a gente vive em uma sociedade capitalista, de mercado, essas são as regras do jogo. A questão toda é que há um componente ético nas relações sociais e as pessoas não podem ser exploradas nos seus direitos, em sua dignidade, trabalhando em ambientes inseguros e insalubres para que outras tenham lucros exorbitantes”.


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