Edição Scriptum com Estação do Autor e Agência Brasil
O projeto de pesquisa agro alimentar Paisagens Alimentares, coordenado pela Embrapa Alimentos e Territórios Alagoas e financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), está transformando comunidades rurais no semiárido nordestino. A iniciativa promove e amplia a valorização da cultura alimentar e do turismo sustentável de base comunitária no Nordeste do País.
Reportagem de Cristina Indio do Brasil, para a Agência Brasil, mostra que, além do artesanato que já faziam no local, agora desenvolvem o projeto que se tornou mais uma fonte de renda para a comunidade.
Os locais escolhidos para participar do Paisagens Alimentares receberam técnicos da Embrapa que começaram a trabalhar com os moradores em oficinas, intercâmbio e imersões. Participaram diretamente mais de 500 pessoas, provocando um impacto estimado em cerca de cinco mil moradores da região.
Ana Paula Ferreira é do assentamento Olho D’Água do Casado de Palmeira dos Índios, no alto sertão de Alagoas, onde junto com outras sete mulheres é coordenadora. Para ela, a busca pela visibilidade do trabalho feito na agricultura familiar e em assentamentos é um fato importante para esses produtores.
Ana Paula destaca que um dos avanços do projeto na comunidade foi trabalhar com o envolvimento de jovens do território que começavam a se afastar do trabalho feito no local. “Hoje, com as universidades ao redor, os institutos e as oportunidades eles não precisam sair e nem sonhar ir tão longe” disse.
Segundo o supervisor do setor de inovação e tecnologia da Embrapa Alimentos e Territórios Alagoas, Aluísio Goulart Silva, a ideia surgiu de uma articulação com o BID ainda em 2018. Quando a empresa começou a funcionar, o projeto se enquadrava perfeitamente na missão da nova unidade. Ao todo foram três anos de desenvolvimento. No primeiro foi feita uma pesquisa exploratória dos territórios, que levou em consideração dados de instituições, universidades, secretarias de estado de turismo e agricultura e do Sebrae nos Estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
Durante esse período, os técnicos da Embrapa ficaram em contato direto com os moradores das comunidades dos três Estados que participaram do projeto. “É a missão de valorizar os ingredientes da biodiversidade brasileira e promover o desenvolvimento territorial a partir de estratégias de valorizações diversas. Entendemos que neste caso do projeto, conectar os alimentos com a cultura alimentar local e o turismo de base comunitária seria uma boa ideia”, afirmou o supervisor.