Trata-se de um planejamento inédito: como se preparar para regular e organizar esses veículos para logística e transporte no contexto urbano?
Edição Scriptum com Estação do Autor e Estadão
O Brasil já se prepara para integrar drones e veículos aéreos elétricos (eVTOLs) à logística urbana de suas cidades. Jacareí, no interior de São Paulo, foi o primeiro município da América Latina a lançar um plano urbano de mobilidade aérea. Trata-se de um planejamento inédito, que começa a despertar a atenção de administradores municipais: como se preparar para regular e organizar esses veículos para logística e transporte no contexto urbano.
Reportagem de João Paulo Vicente para o Estadão (assinantes) traz detalhes da iniciativa, feita em parceria com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que prevê rotas e locais para pouso e decolagem. O objetivo é organizar o uso desses veículos diante do crescimento do trânsito e dos acidentes em vias terrestres.
Se os eVTOLs, os carros voadores, ainda parecem uma realidade distante, os drones já estão aqui. Durante o painel ‘Entrega aérea: drones como solução logística nas cidades’, no Cidade CSC, maior evento de cidades inteligentes da América Latina, o fundador da SpeedBird, Samuel Salomão, contou que os drones da startup já são utilizados para transporte de documentos, alimentos, remédios e amostras de exames do Nordeste do Brasil a Singapura.
Enquanto se discutem soluções e planejamento, os problemas já apareceram. Em primeiro lugar, toda a lógica da segurança é pensada a partir do solo e há uma grande vulnerabilidade pelo ar. Além disso, foram identificados inúmeros relatos de quase colisões entre drones e também com helicópteros.
Em Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro, está sendo preparado um estudo para abrir uma licitação para explorar a logística aérea, o que deve acontecer em 2026. Um dos focos do projeto é atender as 365 ilhas do município. A cidade tem a maior frota de embarcações de lazer do País e uma economia em que um dos pontos altos é o turismo.
Já em Aracaju, a Speedbird fez uma parceria com o iFood para uma demanda específica: atender aos moradores de condomínios localizados na margem oposta do Rio Sergipe. Na cidade de Salvador, a operação da empresa envolve o transporte de amostras de exames por uma rota de 40km que aproveita as áreas marítimas, onde o voo é mais fácil. No tempo que seria possível fazer um transporte via terrestre, os drones conseguem fazer vinte viagens. “Nós estamos falando de saúde, e a rapidez na entrega do resultado pode fazer diferença entre vida e morte”, afirmou Salomão, que também destacou o impacto positivo na pegada de carbono.
