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Taxonomy - Manchete secundária
Os diamantes artificiais da região mais pobre da Espanha
Em Extremadura, empresa americana faz pedras para a indústria de joias e também para a de microchips
[caption id="attachment_39395" align="aligncenter" width="560"] Empresa americana Diamond Foundry produz, desde 2023, diamantes artificiais para a indústria de joias e em breve também para a indústria de microchips.[/caption]
Texto Estação do Autor com DW.com
Edição Scriptum
Cada vez mais associados a destruição ambiental, a condições desumanas de trabalho e a conflitos sangrentos em vários países africanos, os diamantes naturais estão perdendo mercado para os artificiais. A primeira fábrica de diamantes criados em laboratório da Espanha foi instalada na região mais pobre do país, a Extremadura. Gerando emprego e aquecendo a economia, é lá que a empresa americana Diamond Foundry produz, desde 2023, diamantes artificiais para a indústria de joias e em breve também para a indústria de microchips.
Reportagem de Stefanie Claudia Müller para o site DW mostra como funciona a fábrica espanhola de diamantes artificiais que opera com uma equipe de 40 pessoas, principalmente engenheiros especializados em química, mecânica e aplicações industriais.
A Diamond Foundry ocupa uma área de 6 mil metros quadrados em Trujillo e produz diamantes artificiais em 20 reatores que exigem um complexo sistema de resfriamento com grandes exaustores. Enquanto um diamante real leva mil anos para se formar, ali se consegue em apenas quatro semanas fazer uma pequena pedra preciosa de 20 mm crescer até seu tamanho ideal, revela o diretor Eugenio de Arriba.
A De Beers, a maior produtora e comerciante mundial de diamantes naturais, sediada em Londres, está investindo na produção em laboratório. A rede de joalherias dinamarquesa Pandora, uma das maiores do mundo, anunciou em 2021 que passaria a vender apenas diamantes artificiais, dando como motivo as mudanças no comportamento de compradores mais jovens.
Além da produção de diamantes para a fabricação de joias, a Diamond Foundry investe na indústria de microchips. Em 2023, produziu o primeiro wafer usando um diamante cultivado em laboratório, com 100 mm de diâmetro. Em microeletrônica, wafers são placas com espessura milimétrica sobre as quais são construídos os microchips. Elas costumam ser feitas de silício, que tem origem principalmente na China.
Essa iniciativa agrada à União Europeia (UE) por ela significar menor dependência do silício chinês. No fim de 2024, a Comissão Europeia autorizou um auxílio de 81 milhões de euros do governo espanhol para a fábrica da Diamond Foundry, cuja produção será expandida para usos industriais.
Aranha robô pode ajudar a encontrar minas terrestres escondidas
Dispositivo do tamanho da palma da mão, adaptado a superfícies de diferentes tipos, foi projetado por pesquisadores americanos
[caption id="attachment_39385" align="aligncenter" width="560"] Pesquisadores estudam utilização da aranha robô para remoção de minas terrestres e monitoramento ambiental[/caption]
Texto Estação do Autor com Galileu Galilei
Edição Scriptum
Fabricado com uma impressora 3D, um robô do tamanho da palma da mão foi criado por pesquisadores que estudam sua utilização para remoção de minas terrestres e monitoramento ambiental. No futuro, enxames de minirrobôs poderão ser usados em situações de risco, segundo estudo publicado na Nature Communications.
Em seu doutorado, Markus Nemitz, professor assistente de engenharia mecânica na Universidade Tufts, nos EUA, desenvolvia algoritmos para controlar grandes grupos de robôs. Assim, a equipe podia compartilhar informações e modificar o comportamento de acordo com as necessidades do grupo. O professor percebeu que embora estivessem criando algoritmos para simulações, não havia sistemas de robôs reais para demonstrá-los. Reportagem publicada na revista Galileu Galilei mostra como, a partir desse desafio, o projeto evoluiu, chegando a dispositivos projetados para se deslocar sobre diversas superfícies.
Eles têm aparência semelhante à de aranhas. No entanto, sua estrutura combina componentes macios e rígidos, inspirados na anatomia de répteis e mamíferos. Assim como esses animais, os robôs possuem estruturas ósseas conectadas por articulações revestidas de cartilagem, o que lhes confere alta resistência a impactos físicos.
Enquanto outros robôs são totalmente rígidos e precisam realizar correções rápidas e precisas para se manterem em pé em terrenos irregulares, os com articulações macias se adaptam melhor às superfícies, tornando o movimento mais fluido e eficiente.
Os pesquisadores acreditam que eles podem atuar em missões de busca e resgate após terremotos, no monitoramento de incêndios florestais e até na agricultura, ajudando a controlar pragas e a acompanhar as condições do solo.
A impressão de robôs em 3D, além de reduzir os custos, acelera o processo de fabricação, tornando possível imprimir centenas de unidades em um único dia, desde que se tenha um conjunto de impressoras operando simultaneamente.
Soluções sustentáveis para o futuro do transporte cresceram 700%, diz agência
Análise de patentes indica que inventores trabalham para que no futuro a forma da humanidade se locomover seja mais limpa e eficiente
[caption id="attachment_39295" align="aligncenter" width="560"] Carros autônomos: inventores estão trabalhando para que no futuro a forma da humanidade se locomover seja mais limpa e eficiente[/caption]
Texto Estação do Autor com ONU News
Edição Scriptum
Um mundo com menos poluição e congestionamento no trânsito e viagens aéreas muito mais rápidas. Esses são aos destaques de um estudo da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi), divulgado nesta semana. O relatório Tendências Tecnológicas da Ompi sobre o Futuro do Transporte indica que soluções sustentáveis para o setor cresceram 700% nas últimas duas décadas, passando de 15 mil invenções em 2003 para 120 mil em 2023.
O levantamento se baseia nas informações mais recentes coletadas de registros de patentes e apresenta uma série de possibilidades como táxis aéreos, carros e navios autônomos, portos inteligentes, foguetes reutilizáveis e sistemas de gerenciamento de tráfego.
Segundo a agência da ONU, a análise de patentes indica que os inventores estão trabalhando para que no futuro a forma da humanidade se locomover seja mais limpa e eficiente.
Reportagem publicada no site ONU News mostra que essa é uma tendência impulsionada pelo reconhecimento de que o transporte é responsável por mais de um terço das emissões de CO2 no mundo. A questão tem incentivado o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis que reduzem o impacto ambiental dos meios de locomoção. Isso inclui a adoção de propulsão eletrificada, a mudança para fontes de energia renováveis e a promoção de opções de transporte público e compartilhado.
A digitalização também está revolucionando o setor de transportes, com ênfase em tecnologias autônomas, que devem gerar de US$ 300 bilhões a US$ 400 bilhões em receitas até 2035. A expectativa é que avanços em inteligência artificial impulsionem veículos dirigidos por máquinas, afirma o estudo.
A maior área de crescimento em patentes está relacionada com propulsão sustentável, que envolve baterias para veículos elétricos ou células de combustível de hidrogênio. Nesse campo, a competição é acirrada, com empresas disputando acesso a minerais essenciais para produzir baterias. O coautor do relatório, Christopher Harrison, afirmou que a escassez de minerais determinará se o mundo poderá adotar os carros elétricos de forma massiva.
Patentes de transporte terrestre dominam os registros globais, com um volume 3,5 vezes maior do que aquelas ligadas à locomoção no ar, mar e espaço combinadas. No topo do ranking de inovações estão China, Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul e Alemanha, que representam os maiores inventores do mundo.
A praia selvagem brasileira que virou ‘cemitério’ de lixo asiático
Praia do Segredo, em Natal, recebe embalagens de produtos produzidos na China, Indonésia, Singapura, Malásia e Coreia do Sul
[caption id="attachment_39271" align="aligncenter" width="560"] Itens mais comuns eram garrafas de bebidas não alcoólicas, produtos de limpeza e recipientes de óleo de motor.[/caption]
Texto Estação do Autor com BBC News Brasil
Edição Scriptum
Em contraste com sua beleza selvagem, a praia do Segredo, em Natal (RN), teve suas areias transformadas em um "cemitério" de lixo asiático. Em dezembro, os jornalistas João Fellet e Felix Lima, em uma caminhada de poucos minutos, encontraram dezenas de embalagens de produtos fabricados em países como China, Indonésia, Singapura, Malásia e Coreia do Sul. Os itens mais comuns eram garrafas de bebidas não alcoólicas, produtos de limpeza e recipientes de óleo de motor. Reportagem publicada na BBC News mostra o tamanho do problema e sua possível solução.
Em julho de 2024, um estudo feito pela empresa de celulose Verocel detectou uma grande quantidade de lixo estrangeiro em praias do município de Belmonte, no sul da Bahia. A análise revelou uma predominância de garrafas plásticas provenientes da Ásia.
Para Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da USP e especialista em poluição marinha, a hipótese mais provável da chegada às praias brasileiras dessas embalagens de produtos fabricados em outros países é o descarte de lixo por navios. Turra pontua que esses resíduos geram uma série de impactos nas praias e na vida marinha. Desde 1972, resoluções internacionais proíbem o descarte de lixo não orgânico no oceano. Ainda assim, muitas embarcações não separam o lixo orgânico do lixo plástico, descartando os resíduos no mar.
No Brasil, combater a poluição em praias e águas costeiras cabe a órgãos de governo. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) é responsável por definir diretrizes sobre taxas e tarifas em portos. A regulação do setor portuário está a cargo do Ministério de Portos e Aeroportos, que declara seguir "as melhores práticas globais" sobre gestão do lixo.
Para a professora de Direito Marítimo Ingrid Zanella, da Universidade Federal de Pernambuco, o Ibama e a Marinha têm o dever de coordenar o combate à poluição marinha, articulando-se com órgãos municipais e estaduais competentes.
Segundo Zanela, a questão é hoje tratada como prioridade por agências ambientais globais, mas que o Brasil ainda não dá ao tema a importância devida. Ela reconhece, no entanto, que é complexo combater o descarte ilegal no litoral brasileiro. “Temos uma costa enorme e dificuldade em identificar quais são os navios que estão descartando, mas precisamos buscar novas tecnologias para tentar rastrear esse lixo", conclui.