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Taxonomy - Manchete secundária

‘Alucinações’ da inteligência artificial podem ajudar a ciência em grandes descobertas

Máquinas inteligentes são capazes de “sonhar” com irrealidades que permitem rastrear o câncer, projetar medicamentos e criar dispositivos médicos

  [caption id="attachment_39170" align="aligncenter" width="560"] 'Alucinações' dão aos cientistas novas ideias, oferecendo a chance de explorar possibilidades que talvez nunca tivessem considerado.[/caption]     Texto Estação do Autor com The New York Times/Folha de S.Paulo Edição Scriptum   A Inteligência Artificial (IA) é frequentemente criticada por criar informações que parecem factuais, mas são falsas, fenômeno conhecido como "alucinação". Alguns erros já provocaram confusão em sessões de chatbots, processos judiciais e em registros médicos. Já no campo da ciência, os inovadores estão descobrindo que tais alucinações podem ser extremamente úteis. As máquinas inteligentes são capazes de “sonhar" com irrealidades que permitem rastrear o câncer, projetar medicamentos, criar dispositivos médicos, descobrir eventos climáticos e até alcançar o Prêmio Nobel. Em reportagem do The New York Times publicada pela Folha de S.Paulo (assinantes), a diretora do instituto de IA e professora de meteorologia e ciência da computação na Universidade de Oklahoma Amy McGovern comenta que ao contrário do que muitos pensam, nem tudo é ruim nessa tecnologia. Na verdade, ela dá aos cientistas novas ideias, oferecendo a chance de explorar possibilidades que talvez nunca tivessem considerado. As alucinações da IA surgem quando cientistas ensinam modelos computacionais generativos sobre determinado assunto e deixam as máquinas reorganizarem essas informações. Os resultados podem variar entre erros sutis e ideias surreais e às vezes levam a grandes descobertas. Hoje, as alucinações da IA estão revitalizando o lado criativo da ciência, acelerando o desenvolvimento e teste de ideias, permitindo que ciclos antes demorados sejam realizados em dias, horas ou minutos. Em outubro, David Baker, da Universidade de Washington, recebeu o Prêmio Nobel de Química por sua pesquisa pioneira sobre proteínas, moléculas fundamentais para a vida. O comitê do Nobel destacou sua capacidade de criar rapidamente proteínas completamente novas, inexistentes na natureza, chamando o feito de "quase impossível". Antes do anúncio do prêmio, Baker declarou que os surtos de imaginação da IA foram essenciais para "fazer proteínas do zero". A nova tecnologia, diz ele, ajudou seu laboratório a obter cerca de cem patentes, muitas voltadas para o cuidado médico. Uma delas é para um novo tratamento contra o câncer; outra, para combater infecções virais globalmente. Especialistas reconhecem que as criações da IA científica têm vantagens significativas em relação às alucinações de chatbots. Essencialmente, os impulsos criativos da IA estão fundamentados nos fatos sólidos da natureza e da ciência, diferentemente das ambiguidades da linguagem humana ou das falhas da internet, com seus vieses e inverdades.

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Qual é a descoberta do ano, segundo a revista ‘Science’

Lenacapavir, droga injetável capaz de prevenir em praticamente 100% dos casos a infecção pelo HIV, é apontado como o maior avanço científico de 2024

    [caption id="attachment_39151" align="aligncenter" width="560"] Droga funciona como um imunizante ao deter a replicação do HIV.[/caption]     Texto Estação do Autor com Estadão Edição Scriptum   Mesmo com os avanços na prevenção e no tratamento, o vírus da Aids continua infectando mais de um milhão de pessoas por ano em todo o mundo. Por isso, uma das mais importantes revistas científicas do mundo, a americana Science, elegeu o desenvolvimento do lenacapavir, droga injetável capaz de prevenir em praticamente 100% dos casos a infecção pelo HIV, como o maior avanço científico de 2024. Artigo de Roberta Jansen publicado no Estadão (assinantes) informa que não se trata de uma vacina, porque a nova droga não ‘ensina’ o sistema imunológico a impedir a entrada do vírus no organismo, mas funciona como um imunizante ao deter a replicação do HIV. A medicação ainda precisa ser aprovada pelas agências sanitárias (Anvisa, no Brasil, e FDA, nos EUA) e deve estar disponível a partir de 2026. Cada dose oferece proteção por seis meses. Testes clínicos realizados em mulheres e adolescentes na África revelaram proteção de 100%, enquanto testes com pessoas de diferentes gêneros em vários continentes apresentaram proteção de 99,9%. “No último congresso internacional de HIV e Aids ficou explícito para todos os gestores do mundo que o lenacapavir é a resposta mais próxima à vacina contra o HIV e à eliminação da transmissão do vírus e da síndrome no mundo”, disse Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde na 45ª reunião do conselho executivo do Unitaid em Joanesburgo, África do Sul. A Unitaid é uma organização internacional criada para promover projetos que objetivam ampliar o acesso a medicamentos a preços reduzidos. A farmacêutica Gilead, responsável pela inovação, fez acordo de licenciamento com seis laboratórios para garantir a produção de uma versão genérica de baixo custo do lenacapavir, que será distribuída para os 120 países mais pobres do globo. As nações consideradas de renda média, como o Brasil e boa parcela da América Latina ficaram de fora dessa lista. Contudo, há um temor de que os programas de saúde pública desses países não terão condições financeiras de custear o tratamento. Pesquisadores estimam que duas doses anuais do medicamento (que ofereceriam proteção por um ano) custem algo entre US$ 25.395 e US$ 44.918, por paciente.

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Maioria dos brasileiros está acima do peso

Apenas 4% estão abaixo do peso normal, mas os pobres e extremamente pobres são mais de 80 milhões, escreve Roberto Macedo

Roberto Macedo, economista e colaborador do Espaço Democrático Edição Scriptum   A pesquisa que mostrou esse resultado foi encomendada pelo Datafollha e seus resultados foram publicados pelo jornal Folha de S. Paulo em 19 de agosto. Vamos aos números. Foram entrevistadas 2.012 pessoas com idade média de 43 anos. 35% foram encontrados com sobrepeso, 34% com obesidade. 37% com peso normal e apenas 4% abaixo do peso. 17% querem ganhar peso e 46% perder. Obesidade e sobrepeso são considerados doença, mas segundo uma médica entrevistada pela reportagem há um percentual muito baixo de pessoas que têm o diagnóstico da doença. Segundo outro entrevistado, também médico, o aumento de peso tem sido uma tendência mundial, em parte devido ao aumento do consumo de carboidratos e alimentos ultraprocessados. O mesmo médico falou de um outro estudo, que prevê que no ritmo atual quase metade da população brasileira será obesa nos próximos 20 anos se os padrões atuais forem mantidos. Para o tratamento da obesidade e do sobrepeso é preciso conscientização, mas 72% dos brasileiros dizem estar satisfeitos com o próprio peso, embora, como dito acima, 46% queiram perdê-lo. Há aí uma contradição. A pesquisa me trouxe à mente outra percepção sobre a qual ela não elabora. Pelos dados apresentados, apenas 4% estão abaixo do peso normal, mas a proporção de pobres e extremamente pobres é muito maior, e quando vejo os dados de pobreza, que conforme a Folha de 5 de dezembro são 67,7 milhões de pobres e 12,6 milhões de extremamente pobres, sempre me pergunto: como esse pessoal sobrevive? Essa pesquisa do Datafolha dá a impressão de que em termos de alimentação o problema seria menos grave. Seria interessante uma outra pesquisa tratando dos dois problemas (pobreza e alimentação) ao mesmo tempo para confirmar ou não se essa impressão está correta.   Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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Semana de quatro dias para enfrentar o envelhecimento

Governo japonês reduz jornada de trabalho para estimular casais a terem filhos e aumentar a taxa de natalidade

[caption id="attachment_39111" align="aligncenter" width="560"] Tokio também permitindo que algumas pessoas trabalhem menos horas por dia para equilibrar melhor suas responsabilidades domésticas.[/caption]     Texto: Estação do Autor com Fortune Media / Estadão Edição: Scriptum   O Japão enfrenta hoje um grande desafio: reverter a baixa taxa de natalidade no país. Para isso, o governo tem tomado uma série de medidas. Sua maior cidade, Tóquio, vai tentar algo novo. A partir de abril do próximo ano, o governo metropolitano permitirá que seus funcionários trabalhem quatro dias por semana. O que é muito significativo, tendo em vista que se trata de um dos maiores empregadores do país. A administração também está reforçando seus benefícios de licença para cuidar de crianças, permitindo que algumas pessoas trabalhem menos horas por dia para equilibrar melhor suas responsabilidades domésticas. Reportagem de Azure Gilman (Fortune) e Emma Burleigh (Fortune), publicada no Estadão informa que a taxa de natalidade no Japão atingiu um recorde de baixa no início deste ano. De janeiro a junho, o país registrou 350.074 nascimentos, uma queda de 5,7% em relação ao mesmo período em 2023, segundo o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar. A partir dos anos 90, o governo exigiu que as empresas oferecessem licenças parentais generosas, adicionou subsídios para creches e começou a oferecer pagamentos em dinheiro para os pais. Oito anos consecutivos de queda no número de nascimentos contribuíram para o temor de um encolhimento da população, o que poderia afetar a economia. A alteração para uma semana de trabalho de quatro dias aborda algumas questões centrais associadas à intensa cultura de trabalho do Japão, que pesa especialmente sobre as mulheres trabalhadoras. A diferença entre homens e mulheres no que diz respeito ao trabalho doméstico é uma das maiores entre os países da OCDE. As mulheres japonesas fazem cinco vezes mais trabalho não remunerado do que os homens, o que inclui cuidados com crianças e idosos, de acordo com um relatório de 2024 do Fundo Monetário Internacional (FMI). Seria necessária uma grande mudança na sociedade para que a semana de trabalho de quatro dias se popularize, apesar de experimentos mostrarem que trabalhar um dia a menos por semana melhora a produtividade e o bem-estar do funcionário, disse Peter Miscovich, líder global do futuro do trabalho na empresa de serviços imobiliários JLL.  

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