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Os caminhos para o Brasil após o tarifaço de Trump

O economista Lucas Ferraz analisa, em reunião com consultores e colaboradores do Espaço Democrático, as oportunidades da nova geopolítica global

[caption id="attachment_40043" align="aligncenter" width="560"] Para Lucas Ferraz, futuro deve incluir um crescente protecionismo americano, mesmo após a gestão Trump.[/caption]   Redação Scriptum O brutal aumento de tarifas sobre a importação de produtos brasileiros anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é mais um sinal de alerta para que o Brasil encare com seriedade o cenário de incerteza no comércio global e busque alternativas para continuar se desenvolvendo. A afirmação é do economista Lucas Ferraz, coordenador do Centro de Negócios Globais da FGV e ex-secretário do Comércio Exterior do Brasil, e foi feita durante palestra na reunião semanal dos consultores e colaboradores do Espaço Democrático, a fundação do PSD para estudos e formação política, realizada na segunda-feira (14). Com o tema “Desafios e oportunidades da nova geopolítica global”, Ferraz, que também é colaborador do Espaço Democrático, tratou dos principais aspectos das últimas décadas de globalização; dos choques recentes que estão afetando a economia global; e do posicionamento estratégico que deve ser adotado pelos países da América Latina. Ferraz falou também sobre as tendências para o futuro, que, segundo ele, devem incluir um crescente protecionismo americano, mesmo após a gestão Trump; a forte influência da geopolítica na alocação dos investimentos globais, com a eficiência produtiva dando lugar à resiliência produtiva; a diversificação de parceiros econômicos como estratégia para mitigação de riscos; menor crescimento a longo prazo da economia global, que será menos produtiva; e um custo de fragmentação que pode alcançar 5% do PIB mundial. O economista mostrou-se preocupado com o tom usado por Trump para anunciar a taxação sobre produtos brasileiros. “Trabalho com comércio exterior há 25 anos e nunca vi nada tão absurdo, anunciado de forma tão grosseira”, disse. Para ele, é difícil compreender porque o Brasil entrou no radar do presidente norte-americano de forma tão violenta. “Não somos um parceiro relevante para os EUA e se, de fato, Trump foi levado a isso nos últimos três meses com base em informações de um deputado brasileiro licenciado, o que fez nesse tempo o corpo diplomático brasileiro em Washington para não deixar colar essa narrativa?” Em sua opinião, no que se refere à taxação das exportações brasileiras para os Estados Unidos, cabe agora ao governo federal negociar com frieza. “Num mundo absurdo, qual é a melhor atitude a ser adotada pelo Brasil? Para mim, é negociar com pragmatismo e deixar a ideologia fora desse debate”. Ferraz, contudo, manifestou algum otimismo com a possibilidade de a incerteza provocada por Trump aumentar as oportunidades de acordos setoriais, como vem ocorrendo no caso das conversas entre Mercosul e União Europeia. “O apetite por novas negociações comerciais vem crescendo e o Mercosul pode se beneficiar, mas o bloco carece de dinamismo”, disse, lembrando que “o Brasil, que representa 80% do PIB do bloco, perdeu sua autonomia para parceiros que representam 6% das suas trocas comerciais. Além disso, não há uma estratégia clara de inserção internacional”. De acordo com ele, o posicionamento estratégico do Brasil e países latino-americanos no cenário global atual deve considerar a necessidade de buscar pragmatismo em relações econômicas e políticas e manter a equidistância entre EUA e China, focando em políticas públicas que promovam suas vantagens comparativas em commodities agrícolas, minerais e energéticas, que trazem a oportunidade para reindustrialização verde e sustentável.   [caption id="attachment_40044" align="aligncenter" width="560"] Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático[/caption]   Participantes Após a palestra, Lucas Ferraz debateu o tema com os consultores do Espaço Democrático, que levaram questões sobre o papel da diplomacia brasileira frente às ameaças de Trump e o peso das questões políticas no caso, considerando o papel do Brasil no grupo BRICS. Participaram da reunião, coordenada pelo jornalista Sérgio Rondino, a secretária nacional do Espaço Democrático e do PSD Mulher Ivani Boscolo, os economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, o sociólogo Tulio Kahn, os gestores públicos Mário Pardini, Januario Montone e José Luiz Portella, o ambientalista e ex-deputado federal constituinte Eduardo Jorge, o advogado Roberto Ordine, e o jornalista Marcos Garcia de Oliveira.

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‘O aiatolá está a poucos passos da Cracolândia’

Em reunião do Espaço Democrático, o especialista em Relações Internacionais Alberto Pfeifer alerta sobre a ameaça do crime transnacional

    Redação Scriptum A grande ameaça externa enfrentada pelo Brasil é o crime organizado transnacional, que atravessa fronteiras e se aproveita da inoperância das forças de segurança para buscar espaço e poder cada vez maiores. O alerta foi feito na segunda-feira (7) pelo coordenador-geral do grupo de análise em estratégia internacional da USP Alberto Pfeifer em palestra na reunião semanal dos consultores do Espaço Democrático – fundação do PSD para estudos e formação política. Tendo por tema a segurança no mundo, ele assegurou em sua palestra que os conflitos hoje vividos no Oriente Médio têm impacto direto no Brasil. “O aiatolá está a poucos passos da Cracolândia”, afirmou, ao lembrar que o Irã, por exemplo, em sua estratégia para levar adiante seus objetivos políticos e bélicos, recorre a organizações criminosas para financiar atividades terroristas e investir em defesa. Logo, afirmou, há conexão direta entre o que acontece no Oriente Médio e na expansão do crime transnacional que hoje acontece em todo o mundo e especialmente no Brasil. “É do interesse do nosso País contribuir para iniciativas de enfrentamento do crime organizado em todo o mundo”, disse, lembrando porém que não temos atualmente presença internacional para influir politicamente no combate às organizações criminosas. Para ele, o País não chega nem mesmo a ser uma potência média regional. Em sua opinião, o Brasil tem potencial para isso, mas ainda não conseguiu se colocar como um interlocutor de peso para o debate dos grandes temas mundiais. “Este ano vamos sediar a COP30, mas ainda não apresentamos uma posição consolidada no debate ambiental global”, disse, ressaltando que isso acontece apesar de o País tem grandes ativos nessa área, como a Amazônia, a maior reserva de água doce do mundo, uma agricultura que está entre as mais sustentáveis do mundo e assim por diante. “Temos também uma avançada tecnologia para a produção de alimentos, experiência muito bem sucedida em vacinação da população, expertise em defesa tropical, na selva, mas ainda não conseguimos mostrar como o potencial tropical pode contribuir para a questão do aquecimento global”, afirmou. Veja abaixo, em vídeo, a segunda parte do encontro.  
  Alberto Pfeifer, que foi diretor de Projetos Especiais e de Assuntos Internacionais Estratégicos da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (2017-2018), destacou em sua palestra a importância da reunião do Mercosul realizada na semana passada na Argentina. “A declaração final do encontro teve 12 tópicos, sendo que oito deles versam sobre o combate ao crime organizado, mostrando a importância do problema para os países-membros. Esse flagelo que afeta o Brasil é a conexão internacional do País, está no centro das preocupações do Mercosul e é também um dos focos da administração dos EUA, que quer transformar facções como o PCC em organizações terroristas. Se não tratarmos dessa questão, nosso legado será o fortalecimento do crime transnacional”, concluiu. Na palestra, Pfeifer fez também uma análise do atual cenário geopolítico mundial, destacando que a posse do presidente norte-americano Donald Trump em seu segundo mandato vem provocando mudanças expressivas, com os EUA deixando claro sua disposição de garantir a hegemonia no continente americano, respeitando os espaços já ocupados pela Rússia e China em suas áreas. “Com isso, a Europa fica em segundo plano e deve ser obrigada a concentrar recursos em sua própria defesa, o que pode trazer avanços tecnológicos e de produtividade”. O especialista alertou ainda que a islamização da população europeia, a partir da imigração, é um fator que precisa ser considerado a médio e longo prazo.   [caption id="attachment_40023" align="aligncenter" width="560"] Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático[/caption]   Participantes Após a palestra de Alberto Pfeifer, o combate às organizações criminosas foi discutido também pelos consultores do Espaço Democrático, que destacaram, por exemplo, a falta de coordenação e de troca de informações entre as diversas áreas da segurança pública como uma dos obstáculos enfrentados pelo Brasil para atuar efetivamente contra o crime organizado. Participaram da reunião, coordenada pelo jornalista Sérgio Rondino, o coordenador de Relações Institucionais da fundação, Vilmar Rocha, os economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, o sociólogo Tulio Kahn, os gestores públicos Mário Pardini e Januario Montone, o ambientalista e ex-deputado federal constituinte Eduardo Jorge, o advogado Roberto Ordine, o ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho, e o jornalista Marcos Garcia de Oliveira.

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Dirigentes da Internacional Democrata Centrista visitam PSD

Presidida por Andrés Pastrana, entidade está presente em 83 países e tem 113 partidos associados

 

Edição Scriptum com Assessoria de Comunicação do PSD

 

O PSD Nacional recebeu na segunda (30) e terça-feira (1), em São Paulo, a visita de Andrés Pastrana, presidente da IDC-CDI (Internacional Democrata Centrista), e do coordenador da organização, Luis Blanco. Principal instituição global de partidos políticos, a entidade recebeu a adesão do PSD no final do último ano, e os dirigentes mantiveram nos dois dias desta semana uma série de reuniões com o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, dirigentes da sigla e da Fundação Espaço Democrático e lideranças de entidades setoriais e empresariais.

A visita de Pastrana e Blanco a São Paulo incluiu também um encontro com o governador paulista Tarcísio de Freitas no Palácio dos Bandeirantes, que teve ainda a participação do secretário e fundador do PSD Guilherme Afif Domingos e o líder do partido na Câmara, Antonio Brito.

Na terça-feira, na sede paulista do PSD, os dirigentes do IDC assistiram a uma apresentação sobre a história do partido, desde a fundação, em 2011, até a atualidade, quando se consolida como força da política brasileira, com o maior número de prefeitos eleitos no último ano, governadores de Estado, bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado, deputados estaduais, secretários e outros gestores públicos nos três níveis federativos.

Também acompanharam uma análise do cenário político e econômico internacional feita por Lucas Ferraz, professor e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas e consultor do Espaço Democrático.

[caption id="attachment_130723" align="alignright" width="324"] Brito, Tarcísio, Pastrana, Kassab e Afif[/caption]

Nos dois dias da visita, Pastrana, ex-presidente da Colômbia (1998-2002), fez uma série de análises sobre o cenário político global e da América Latina e ressaltou a importância da pauta da segurança e combate ao crime organizado.

Na segunda-feira, durante reunião na ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Pastrana e Blanco debateram aspectos políticos e econômicos. Se encontraram com Roberto Mateus Ordine, presidente da associação, lideranças da entidade e dirigentes e lideranças do PSD e do Espaço Democrático, fundação para estudos e formação política do partido.

As atividades também se deram na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), onde os dirigentes foram recebidos pelo presidente Josué Gomes da Silva e representantes de federações e outras entidades empresariais.

Entre os participantes estavam dirigentes e conselheiros do PSD e do Espaço Democrático, como o líder do PSD na Câmara dos Deputados, Antonio Brito; o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung; o embaixador e ex-ministro Andrea Matarazzo; o ex-deputado federal e ex-secretário estadual de Goiás Vilmar Rocha; o ex-senador Heraclito Fortes; Flavio Chuery, Luiz Carlos Boscolo e João Francisco Aprá.

[caption id="attachment_130724" align="aligncenter" width="356"] Encontro na Associação Comercial de São Paulo[/caption]

Pastrana destacou a presença do PSD na entidade e lembrou que a IDC-CDI está presente em 83 países, com 113 partidos associados. “Há uma série de vice-presidentes da entidade que são primeiros-ministros e o PSD se soma a esta força”, pontuou.

Gilberto Kassab ressaltou que a IDC-CDI é a “maior instituição política do mundo”. “Nos integramos à entidade que traz lideranças políticas muito importantes em todos os países, vinculados ao centro e à direita e isto é muito importante para o PSD”, afir

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Sindicatos buscam um novo papel na sociedade

Ricardo Patah, da UGT, fala sobre os complexos desafios enfrentados pelo movimento sindical

Redação Scriptum

O novo papel dos sindicatos na sociedade, num momento tão complexo e difícil como o atual, foi o tema da palestra do presidente da União Geral do Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, na reunião semanal dos colaboradores do Espaço Democrático – fundação do PSD para estudos e formação política –, realizada na segunda-feira (30). De acordo com Patah, que é também o coordenador do PSD Movimentos, os sindicatos “são um instrumento poderoso da democracia e auxílio importante nas questões sociais”. Por isso, afirma, precisam encontrar meios de continuar executando esse papel relevante mesmo sem o custeio que perderam em 2017, quando foi extinto o imposto sindical.

Também conhecido como contribuição sindical, o imposto era uma taxa obrigatória para todos os trabalhadores com carteira assinada no Brasil, mas que se tornou opcional após a reforma trabalhista de 2017. O valor, correspondente a um dia de trabalho por ano, era destinado aos sindicatos para financiar suas atividades.

Em sua palestra, Patah lembrou que o movimento sindical no País sofreu mudanças profundas nos últimos anos, com graves dificuldades econômicas para manter estruturas e serviços prestados aos seus associados. “Sobrevivemos, mas a um grande custo”, disse.

Nesse período, porém, explicou, o movimento sindical teve oportunidade de mostrar sua importância para a sociedade, a exemplo do que ocorreu durante a pandemia da covid 19, quando teve atuação essencial na criação do auxílio emergencial de R$ 600 às famílias carentes e na reconversão de indústrias para o atendimento das necessidades criadas pela doença, como a produção rápida de máscaras de proteção.

Contudo, em sua visão, o movimento sindical se depara hoje com questões ainda mais complexas que a forma de custeio de suas atividades. “Atualmente temos o maior índice de pessoas empregadas da história do Brasil ao mesmo tempo em que o avanço tecnológico provoca mudanças radicais na questão do emprego, com crescente exigência de qualificação”, explicou.

Para definir o papel dos sindicatos nesse novo cenário, contou Patah, estão sendo realizadas reuniões e debates em todo o País sobre as novas necessidades dos trabalhadores. “Eu acredito que a qualificação profissional é o maior desafio à nossa frente. É preciso preparar os trabalhadores para que eles assumam as novas vagas que estão sendo criadas, como no caso dos supermercados, que têm mais de 300 mil vagas não preenchidas”, disse.

Além disso, Patah crê que é preciso também reforçar a importância dos sindicatos nas convenções coletivas e na atuação em questões sociais, combatendo o racismo e contribuindo para melhorar a situação da mulher no mercado de trabalho. “A capilaridade dos sindicatos pode ajudar muito nesse sentido”, concluiu.

Participação

Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático, coordenada pelo jornalista Sérgio Rondino, os economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, o cientista político Rogério Schmitt, o sociólogo Tulio Kahn, os gestores públicos Mário Pardini e Januario Montone, o médico sanitarista e ambientalista Eduardo Jorge, o advogado Roberto Ordine, o ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho, e o jornalista Marcos Garcia de Oliveira.

 

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