Rogério Schmitt, cientista político e colaborador do Espaço Democrático
Edição Scriptum
Prestes a completar a primeira metade do seu mandato, tudo indica que o presidente Lula terminará o ano com o seu pior saldo de popularidade nas pesquisas de opinião.
Neste quarto trimestre de 2024, até a data em que escrevo, estiveram em campo cinco diferentes levantamentos nacionais realizados, por seu turno, por cinco institutos diferentes.
Na média aritmética simples de todas estas pesquisas (veja o gráfico abaixo), o governo Lula é aprovado por 48,2% dos eleitores, e desaprovado por 47,1%. Um saldo favorável só um pouco maior do que um mísero ponto de porcentagem.
Há exatamente um ano, no quarto trimestre de 2023, esses mesmos números eram, respectivamente, de 51,9% e de 42,1% – uma diferença pró-Lula de quase 10 pontos de porcentagem.
Mesmo quando comparada com o trimestre imediatamente anterior a distância entre as taxas médias de aprovação e de desaprovação ao atual governo continuou se estreitando. Na verdade, a maior semelhança dos números atuais é com o segundo trimestre de 2024, que detinha o pior saldo até agora.
De fato, o gráfico deixa claro que o segundo ano inteiro do governo Lula está sendo bem pior do que o primeiro neste quesito da popularidade. Mal ou bem, em 2023 o presidente ainda “surfou” a lua de mel de popularidade que é típica dos presidentes em seu primeiro ano de mandato.
Se ainda levarmos em conta as margens de erro das pesquisas de opinião, o mais preciso retrato atual é o de um empate técnico entre uma primeira metade dos eleitores que aprova a gestão de Lula e uma segunda metade que a reprova. E vem sendo assim desde o começo do ano.
Vale somente registrar, no entanto, que os números do trimestre prestes a se encerrar ainda não são definitivos, já que outras pesquisas de fim de ano ainda poderão vir a público.
Será que a generosidade do espírito natalino entre os eleitores brasileiros poderá reverter (ou ao menos suavizar) essa tendência? Vamos aguardar.
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