Roberto Macedo, economista e colaborador do Espaço Democrático
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, levou ao presidente da Câmara, Hugo Motta, uma lista com 25 prioridades da agenda econômica do governo neste ano. Houve quem criticasse a lista apontando tantas prioridades, mas a lista foi dividida em três grupos como segue.
Política fiscal e justiça tributária
- Fortalecimento do arcabouço fiscal, para assegurar expansão sustentável do PIB, desemprego e inflação baixos e estabilidade da dívida;
- Início da implantação da Reforma Tributária sobre o consumo;
- Regulamentação (projeto de lei complementar 108 de 2024) da Reforma Tributária: Lei de Gestão e Administração do IBS, Fundos e Imposto Seletivo;
- Reforma tributária sobre a renda com isenção para quem ganha até R$ 5 mil e tributação sobre milionários;
- Limitação dos supersalários;
- Reforma da previdência dos militares;
- Projeto de lei da Conformidade Tributária e Aduaneira, com valorização do bom contribuinte e responsabilização do devedor contumaz.
Ambiente de negócios
- Nova Lei de Falências;
- Fortalecimento da proteção a investidores no mercado de capitais;
- Consolidação legal das infraestruturas do mercado financeiro;
- Resolução bancária;
- Mercado de crédito: execução extrajudicial, consignado do E-Social, uso de pagamentos eletrônicos como garantia para empresas e ampliação de garantias em operações de crédito (open asset);
- Regulamentação econômica das big techs;
- Modernização do marco legal de preços de medicamentos;
- Pé-de-Meia: permissão ao aluno investir em poupança ou títulos do Tesouro;
- Modernização do regime de concessão e permissões de prestação de serviços públicos e das parcerias público-privadas.
Plano de Transformação Ecológica
- Nova emissão de títulos sustentáveis, trazendo recursos ao Fundo Clima;
- Avanço na implantação do mercado de carbono (governança e decreto regulamentador);
- Novos leilões do EcoInvest;
- Compra pública com conteúdo nacional e programa de desafios tecnológicos para a transformação ecológica;
- Estruturação do Fundo Internacional de Florestas;
- Conclusão da taxonomia sustentável brasileira;
- Política de atração de datacenter e marco legal da inteligência artificial;
- Plano Safra e Renovagro: aprimoramento dos critérios de sustentabilidade;
- Concluir o índice de investimento sustentável nas BIP (Plataformas de Investimentos para a Transformação Ecológica no Brasil).
O primeiro grupo é o de meu maior interesse, e vi que Haddad voltou, no item 4, com a proposta de Reforma Tributária sobre a Renda com isenção para quem ganha até R$ 5 mil e tributação sobre milionários. Essa proposta corre o risco de ser aprovada pelo Congresso com a isenção mas sem a tributação. O certo é que vários desses temas são importantes e haverá uma longa tramitação deles no Legislativo. Acompanharemos essa tramitação e voltaremos ao assunto neste espaço se perceber algum movimento que possa interessar ao leitor.
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