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{ ARTIGO }

Avançando aos poucos

Rubens Figueiredo escreve que o censo do IBGE mostra algumas mudanças importantes nas condições de vida da população, mas ainda falta muito

Rubens Figueiredo, cientista político e colaborador do Espaço Democrático

Edição: Scriptum

 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou mais alguns dados do Censo 2022, agora com foco na questão do saneamento básico. O País tem 49 milhões de pessoas sem esgoto e 4,8 milhões sem água encanada. Um contingente de cerca de 2,4 milhões de pessoas não tinha banheiro em casa, dependendo de buracos ou sanitários bem simples do lado de fora da habitação. Em relação aos Censo anterior, o percentual de pessoas com esgoto que pode ser considerado satisfatório cresceu de 64,5% em 2010 para 75,7% agora.

Mais uma vez a desigualdade aparece. No que diz respeito ao tipo de esgotamento, 83,5% da população branca se encontra em condições adequadas. Esse número cai para 75% entre a população preta e 68,9% na população parda. Problema semelhante acontece na existência de abastecimento de água e coleta de lixo.

Outro aspecto interessante no resultado do levantamento foi o aumento do número de brasileiros que moram em apartamentos. De 2000 para 2022, a porcentagem dos moradores em casas caiu de 91,7 para 87,2. Por outro lado, o número de pessoas que moram em apartamentos aumentou de 7,6 para 12,5%, um crescimento de 5 pontos percentuais.

Os especialistas apontam que esse crescimento de moradores em apartamentos é um fenômeno que se concentra em poucas cidades. Em média, as cidades brasileiras têm apenas 2,5% de moradores nessa condição. São os municípios mais populosos que fazem a média subir: apenas 49 municípios do País têm 25% ou mais da população morando em prédios.

Proporcionalmente, o número de apartamentos cresceu mais do que a quantidade de pessoas que moram neles. O que pode significar mais pessoas morando só. Em São Paulo, são 3,3 milhões vivendo em habitações verticalizadas, o que corresponde a 29,4% do total. Balneário Camboriú (SC), Santos (SP) e São Caetano (SP) são as três cidades brasileiras que possuem mais de 50% de sua população morando em prédios. Saneamento e habitação são dois problemas gigantes da sociedade brasileira – e o Censo mostra algumas mudanças expressivas, mas pouco avanço.

 

Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.


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