Cesario Ramalho, produtor rural, coordenador do Conselho do Agro da Associação Comercial de São Paulo e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira
Edição Scriptum
Tive a felicidade e honra de ser convidado pela DATAGRO para coordenar um dos painéis do Global Agribusiness Fórum (GAF), em Punta del Este, no Uruguai, no final de janeiro. A iniciativa marcou a internacionalização do evento – já consolidado no Brasil –, que busca tratar dos desafios e oportunidades globais para o agro brasileiro e dos países do Cone Sul.
No mesmo dia e local aconteceu a reunião do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), com os ministros da Agricultura do Mercosul, e o que se viu foi uma união e empenho em favor do bloco. Em particular, o ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, falou sobre o COP, acordo com a União Europeia e seguro rural. E o anfitrião, o ministro uruguaio Fernando Mattos, uma vez mais se mostrou uma grande liderança em ascensão.
A região do Cone Sul (Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai) se fortalece dia a dia como protagonista na produção de alimentos e energia limpa e renovável, cada qual em determinada especialidade.
Aqui no Brasil há, em especial, um virtuoso movimento de integração das cadeias produtivas de alimentos e energia que vem promovendo entregas positivas tanto do ponto de vista econômico e social quanto do ambiental.
Exemplo é a expansão do etanol fabricado a partir do milho. O resíduo do grão que é utilizado para produzir o biocombustível tem elevado valor proteico e cresce como insumo para alimentação animal. Isso favorece a intensificação da pecuária, o que libera mais hectares para agricultura, diminuindo a necessidade de abertura de novas áreas. Ao mesmo tempo, a industrialização do grão agrega valor à produção primária, gerando mais renda e consequente desenvolvimento para o polo produtor.
Este fenômeno é apenas um exemplo do que vem acontecendo. E só tende a crescer. Entretanto, isso precisa ser levado ao conhecimento da população brasileira e da comunidade internacional. Este desafio cabe ao setor produtivo e o GAF vem fazendo sua parte.