Roberto Macedo, economista e colaborador do Espaço Democrático
Edição Scriptum
O Global Wellness Institute (Instituto Global do Bem Estar), entidade internacional que tem participação da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Instituto Gallup, entre outras entidades, produziu um levantamento sobre a felicidade nos países. Entre outros aspectos, apresenta um ranking de 141 países, cobertos no período de 2021 e 2023.
Os 10 primeiros colocados, dos melhores para os piores, são Finlândia, Dinamarca, Islândia, Suécia, Israel, Holanda, Noruega, Luxemburgo, Suíça e Austrália. A maioria desses países é da Europa Ocidental e note-se que são países pequenos. Os maiores tendem a mostrar maiores desigualdades na avaliação – os Estados Unidos ficaram no 23º lugar, a China em 59º e a Rússia em 72º.
Os dez últimos colocados foram Uganda, Camarões, Essuatíni, Zimbábue, Lesoto, Congo, Botsuana, Líbano, Zâmbia e Azerbaijão. São países que frequentemente aparecem no noticiário internacional com más notícias.
O Brasil se sai razoavelmente bem na longa lista, ficando em 37º lugar. Na América Latina, é suplantado apenas por El Salvador (33º), Chile (30º), Uruguai (26º), México (25º) e Costa Rica (12º). Com exceção do México, são países pequenos. Chile e Uruguai usualmente ultrapassam o Brasil em vários rankings. A Argentina ficou em 48º lugar e em face das dificuldades que vem passando há muito tempo, sua posição nem foi tão ruim. A autoestima de sua população com relação ao país é grande, particularmente no caso do futebol, onde tem obtido vários sucessos.
Um índice de avaliação da vida tem forte caráter subjetivo. No caso do Brasil, a posição no ranking poderia indicar que as pessoas têm uma avaliação melhor de si mesmas do que muitos imaginam em face das condições do País. Melhor assim, pois o sofrimento espiritual não é tanto.
Mas o País está ficando para trás em relação a outros de nível econômico similar no que tange ao crescimento econômico, que é muito fraco. As distribuições de renda e riqueza são muito desiguais. É preciso que a preocupação com esses problemas se difunda no âmbito da sociedade e dos políticos para que medidas corretivas sejam efetivamente tomadas para solucioná-los.
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