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{ ARTIGO }

O extraordinário legado de Walt Disney

Luiz Alberto Machado comenta o legado de Disney nos 52 anos de inauguração do Magic Kingdom: ele percebeu que o objetivo de qualquer empresa é superar a expectativa de seus clientes

 

Luiz Alberto Machado, economista e colaborador do Espaço Democrático

 

“Gosto do impossível porque lá a concorrência é menor.”

“A vida é composta de luzes e sombras, e seríamos mentirosos, insinceros… se tentássemos fingir que não há sombras.”

“Um homem nunca deve negligenciar sua família por negócios.”

“Não buscamos entreter os críticos. Eu prefiro apostar no público.”

“Tudo o que realizamos se deve ao esforço combinado. A organização deve estar com você ou você não tem como dar conta do recado. Na minha organização respeitamos cada indivíduo e todos temos um enorme respeito pelo público.”

“Você não constrói nada sozinho. Você descobre o que as pessoas querem e constrói para elas.”

“O meu negócio faz com que as pessoas, especialmente as crianças, sejam felizes.”

“A diferença entre ganhar e perder é, muitas vezes, não desistir.”

“De todas as coisas que fiz, a mais vital foi coordenar aqueles que trabalham comigo e direcionar seus esforços para um determinado objetivo.”

“Liderança significa que um grupo, grande ou pequeno, está disposto a confiar a autoridade a uma pessoa que demonstrou opinião, sabedoria, apelo pessoal e competência comprovada.”

“Um dia aprendi que sonhos existem para se tornar realidade. E, desde aquele dia já não durmo para descansar. Simplesmente durmo para sonhar.”

“Você pode sonhar, criar, projetar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo […] mas são necessárias pessoas para fazer do sonho uma realidade.”

“Se você pode sonhar, você pode fazer. Lembre que tudo isso começou com um sonho e um rato.”

“Eu não quero que o público veja o mundo no qual vivem enquanto estiverem no parque. Eu quero que sinta que está em outro mundo.”

“Salas de aula lotadas e período integral nas escolas são um jeito trágico de desperdiçarmos nosso maior recurso nacional — as mentes de nossos filhos.”

“Sempre que vou a um passeio estou pensando no que há de errado ali e como isso pode ser melhorado.”

“Por que se preocupar? Se você deu o seu melhor, preocupar-se não vai melhorar nada.”

“Toda atenção de Hollywood se voltou às minhas animações! Foi o máximo. E tudo remontava a quando eu mostrei a cara aqui pela primeira vez, na minha primeira estreia. Eu nunca tinha assistido a uma na minha vida. Vi todas aquelas celebridades de Hollywood chegando e tive uma sensação estranha. Eu só esperava que um dia eles fossem à estreia de um desenho animado. Porque as pessoas depreciavam a animação. Sabe, elas meio que as olhavam de cima.”

“Eu nunca consegui convencer os financiadores que a Disneylândia era viável, porque os sonhos oferecem pouca garantia.”

“Não há segredo algum na nossa abordagem. Nós nos mantemos avançando – abrindo novas portas e fazendo coisas novas – porque somos curiosos. E a curiosidade continua nos levando a novos caminhos. Estamos sempre explorando e experimentando […] chamamos esse processo de imagineering – a combinação da imaginação criativa e do conhecimento técnico.”

 

Meu artigo começa com 20 citações. Muitas delas parecem ser de autoria de renomados especialistas contemporâneos em administração, recursos humanos ou coaching, para usar uma expressão da moda, que adoram utilizar expressões como team work, burnout, empowerment, networking e outras afins.

Quem espera um autor que se enquadre nessa descrição, vai se decepcionar.

São, na verdade, minha singela homenagem a um homem nascido em Chicago em 1901 e falecido em 1966, aos 65 anos, responsável por um legado extraordinário, que vai muito além de desenhos, animações, filmes, parques temáticos, hotéis, navios de cruzeiro, lojas, emissoras de rádio e TV e portal da Internet. Seu nome: Walt Disney.

Para Walt Disney, “a Disneylândia nunca será concluída; ela continuará a crescer enquanto houver imaginação no mundo”. Confirmando essa previsão, a Walt Disney Company é, nas palavras de Michael Eisner, seu diretor-executivo de 1984 a 2005, “uma obra em andamento”.

Nessa obra em andamento merece destaque especial o Disney Institute, braço de desenvolvimento profissional e treinamento da Walt Disney Company, criado em 1996, pelo próprio Michael Eisner. O Disney Institute, que possui atualmente sucursais em diversos países, incluindo o Brasil, apresenta “o negócio por trás da magia” por meio de seminários, workshops e apresentações, bem como programas para profissionais de diversos setores, incluindo saúde, aeroespacial/aviação, governamental/militar, alimentos/bebidas e varejo, transformou-se numa referência em se tratando de desenvolvimento profissional.

A homenagem deve-se ao fato de que no último 1º de outubro foram comemorados 52 anos da inauguração do Magic Kingdom, o primeiro dos parques temáticos construídos pela Walt Disney Company em Orlando, alguns anos depois da Disneylândia, nos arredores de Los Angeles. Com a inauguração do Magic Kingdom, uma região que não passava, em meados dos anos 1960, de “um lugar horroroso, devastado, repleto de água, pântanos, mato e jacarés”, nas palavras de Kelvin Bailey, piloto corporativo de Walt Disney, iniciava uma bem-sucedida trajetória que a transformou no maior complexo de entretenimento do mundo.

Como homem de extraordinária capacidade de antevisão, Walt Disney percebeu, já naquele tempo, que o objetivo a ser buscado por qualquer empresa não deve se limitar a oferecer bens ou serviços de qualidade para atender as expectativas de seus clientes, mas sim de superá-las.

Em outras palavras, isso implica em “encantar” os clientes (ou convidados, como são tratados no mundo mágico de Walt Disney), única forma de garantir a fidelização deles num mundo altamente competitivo.

 

 

Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.


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