Roberto Macedo, economista e colaborador do Espaço Democrático
Redação: Scriptum
O IBGE divulgou no último dia 2 os dados do PIB de 2022, inclusive suas variações trimestrais. A taxa de crescimento anual, de 2,9%, foi boa para as circunstâncias, mas as variações trimestrais mostraram tendência de queda ao longo do ano num movimento que também deve ter alcançado o primeiro trimestre de 2023.
Em outros artigos neste espaço vínhamos acompanhando a queda dessas taxas trimestrais que já prenunciavam essa tendência de queda. Vejamos os números finais: 1,3%, 0,9%, 0,3% e -0,2%, no primeiro, segundo, terceiro e quarto trimestres, respectivamente.
Conforme previmos, após a publicação desses resultados pelo IBGE os bolsonaristas enfatizaram a taxa anual de 2,9%, enquanto os petistas criticaram as taxas trimestrais como uma má herança bolsonarista, sendo que essa tendência de queda marcou o último ano do governo de Jair Bolsonaro.
Passando aos detalhes, do lado das despesas o relatório do IBGE que publicou os últimos resultados PIB ressaltou que a despesa de consumo das famílias avançou 4,3% em relação ao ano anterior. A despesa do consumo do governo, por sua vez, registrou crescimento de 1,5%. Pela ótica da despesa, houve crescimento de 0,9% da Formação Bruta de Capital Fixo (os investimentos, acrescento). Dentre seus componentes, destaca-se o aumento no grupo dos outros, especialmente desenvolvimento de softwares, além da elevação de 6,1% na construção. No âmbito do setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 5,5%, enquanto as Importações de Bens e Serviços subiram 0,8%.”
Sob a ótica da produção, o mesmo relatório aponta o desempenho das três atividades que o compõem: Agropecuária (-1,7%), Indústria (1,6%) e Serviços (4,2%), sendo que a indústria de transformação caiu 0,3%. Ou seja, o setor de serviços foi o principal responsável pelo crescimento do PIB total à taxa de 3%.
Olhando à frente, as perspectivas não são boas. A propósito, a última edição consultada do relatório Focus, do Banco Central, que publica as previsões de analistas do mercado financeiro, mostrou a previsão de um crescimento de apenas 0,84% para a taxa de avanço do PIB em 2023. De sua parte, a política econômica do governo federal ainda não apresentou até o momento um plano claro de como pretende superar essa dificuldade.
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