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{ ARTIGO }

Um grande passado pela frente

Rubens Figueiredo escreve sobre a iniciativa do governo, de resgatar a estatal Ceitec

 

Rubens Figueiredo, cientista político e colaborador do Espaço Democrático

Edição Scriptum

 

 

Podemos ter três tipos de governo, tendo em vista a sua capacidade de tomar iniciativas: o inativo; o ativo, cujas ações vão no sentido da modernidade; ou aquele ativo, mas que toma medidas pouco condizentes com a evolução das sociedades ao longo do tempo.

O governo Lula se inscreve nessa terceira vertente. Faz muito, mas faz errado. Recentemente, a administração federal resolveu reativar a deficitária e sucateada estatal Ceitec – Centro Nacional de Tecnologia Avançada, uma das 40 empresas públicas criadas durante as gestões petistas.

Falar em empresa de “tecnologia avançada” no setor público parece uma contradição nos próprios termos. Empresas de tecnologia exigem grandes investimentos de capital, criatividade visionária, agilidade na administração e contratação de profissionais qualificados. Nada mais distante do DNA do universo estatal brasileiro do que essas três características. Vêm aí prejuízos, desperdícios, cabides de emprego etc.

Outro retrocesso foi a tentativa de ressuscitar a estapafúrdia limitação das atividades dos trabalhadores aos domingos e feriados. A tentativa de marcha à ré se deu através de um decreto. Imediatamente, o legislativo e associação de setores que seriam prejudicados reagiram. Foi aprovada na Câmara a urgência para o encaminhamento de um decreto administrativo com o objetivo de sustar a portaria do governo.

Estatização e regulamentação são as escolhas da administração petista, enquanto o mundo desenvolvido deu certo com iniciativa privada e flexibilização das relações do trabalho. O Estado brasileiro falha de forma bisonha – e não é um apanágio dos petistas – nas áreas de educação e segurança pública, por exemplo. Se a esfera estatal focasse mais nas suas atividades essenciais, com certeza nosso futuro seria muito mais promissor. Caso contrário, como diria o humorista Millôr Fernandes, seguiremos tendo “um grande passado pela frente”.

 

 

Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.


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