Se pretende oferecer um futuro melhor para seus cidadãos, o Brasil não pode se contentar em apenas fornecer escolas para seus jovens. É preciso também garantir a eles o direito de aprender. E isso se faz com investimento forte em escolas, na formação dos professores e com políticas educacionais integradas entre a federação e os governos municipais e estaduais.
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Esse foi, em síntese, o recado dado pelo ex-secretário municipal de Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, durante o debate sobre a qualidade da educação pública no Brasil, promovido na noite do dia 29 de abril pelo Espaço Democrático – fundação do PSD para estudos e formação política. Coordenador do Conselho Temático de Educação do Espaço Democrático, Schneider coordenou o evento, que foi aberto pelo presidente do Espaço Democrático, o vice-governador de São Paulo Guilherme Afif, e teve como debatedores a educadora Guiomar Namo de Mello, e o cientista político Rubens Figueiredo, diretor do Espaço Democrático.
Problemas técnicos prejudicaram a recepção da transmissão do evento pela internet em alguns pontos do País, mas o debate foi gravado e será disponibilizado na íntegra, ainda nesta semana, no site do partido (www.psd.org.br). Além disso, os interessados também poderão ter acesso à transcrição integral das discussões, no mesmo endereço, nos próximos dias.
Na abertura, Guilherme Afif lembrou que a área de educação é o ponto central quando se discute o futuro de nosso País. “Temos sérios e imensos desafios pela frente, considerando-se a situação em que vivemos hoje, quando apenas 23% de nossas crianças de 3 a 5 anos, por exemplo, têm a oportunidade de freqüentar creches”, disse Afif, esclarecendo que debates como o desta semana vêm contribuindo para a elaboração do programa partidário do PSD, “que será um Projeto para a Nação”.
“Educação: Perspectiva e Mudança” foi o oitavo encontro do ciclo de debates “Desatando os nós que atrasam o Brasil”, iniciado em dezembro do ano passado. Desde então, foram tratados alguns dos mais importantes assuntos de interesse do País, entre os quais o pacto federativo, segurança, infraestrutura e saúde. As ideias poderão integrar o programa do PSD, que será validado em convenção nacional da legenda.
Os debatedores desta segunda-feira procuraram responder a uma questão central em toda a discussão em torno da qualidade da educação pública brasileira: o que deve mudar nas escolas para que os jovens de hoje tenham um futuro melhor?
Para a educadora Guiomar Namo de Mello, diretora da EBRAP (Escola Brasileira de Professores), empresa que se dedica a estudos, iniciativas e projetos na área de educação inicial e continuada de professores da educação básica, a realidade educacional no Brasil está emperrada por três grandes nós. “O primeiro deles é a confusão sobre o papel de cada uma das instâncias de governo nesse setor”, afirmou, reforçando ser urgente a definição de como municípios, Estados e União devem atuar para melhorar a educação.
O segundo nó, em sua opinião, está no processo de formação dos professores. “Em plena era digital, continuamos formando os mestres exatamente como fazíamos na década de 1960”, diz a especialista. Outra questão urgente, para ela, é a necessidade de uma repactuação no relacionamento entre os sindicatos de professores e os governos. “Sem quebrar ovos, não teremos omelete na educação”, disse.
Os especialistas Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann, e Thiago Peixoto, secretário da Educação do Estado de Goiás, tiveram problemas de última hora e não puderam participar do debate desta segunda-feira, como estava previsto.