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A doença reversível, confundida com Alzheimer e Parkinson, que acontece no fígado

Encefalopatia hepática vem chamando a atenção de especialistas que se preocupam com a falta de diagnóstico adequado

Enfermidade afeta até 13% dos pacientes diagnosticados com demência

 

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Letargia, confusão mental, tremores e dificuldade para dormir são sintomas sugestivos de que algo não vai bem no cérebro e um quadro de demência parece surgir. No entanto, para uma parcela considerável de pacientes, esses incômodos estão relacionados ao fígado. Embora seja pouco conhecida, a encefalopatia hepática vem chamando a atenção de especialistas que se preocupam com a falta de diagnóstico adequado.

Reportagem de André Biernath para a BBC News aborda os sintomas e tratamentos para combater a encefalopatia hepática, que pode ser confundida com Alzheimer e Parkinson. Levantamento feito nos EUA apontou que a enfermidade afeta até 13% dos pacientes diagnosticados com demência. A boa notícia é que existem estratégias simples para controlar o quadro com pequenos ajustes de rotina e o auxílio de alguns medicamentos.

Estudo publicado pelo The American Journal of Medicine revela que a encefalopatia hepática provavelmente é mais frequente do que se imaginava. Pesquisadores da Universidade Virginia Commonwealth e do Centro Médico de Veteranos de Richmond, nos Estados Unidos, analisaram dados compilados entre 2009 e 2019 de 68.807 pacientes diagnosticados com demência. Os resultados de exames que avaliam a saúde do fígado (conhecidos pela sigla FIB-4) revelaram que 12,8% desses indivíduos tinham indicadores sugestivos de cirrose e, potencialmente, sofriam de encefalopatia hepática. “O FIB-4 é um método fácil de determinar o risco de uma doença hepática avançada. Pacientes com alterações nesse exame têm uma alta probabilidade de ter cirrose, quadro que não costuma apresentar muitos sintomas”, afirma o médico Jasmohan Bajaj, um dos autores do estudo.

Raymundo Paraná, hepatologista e professor da Universidade Federal da Bahia, explica que a encefalopatia hepática é uma intoxicação do cérebro por substâncias que deveriam ter sido metabolizadas pelo fígado. A doença é um quadro relativamente comum, mas há uma certa dificuldade em detectar os casos subclínicos, com sintomas mais leves e que se confundem com outras enfermidades, ressalta o especialista.

A coordenadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento do Hospital das Clínicas de São Paulo, Sonia Brucki, reforça que a encefalopatia hepática e a demência “clássica” apresentam algumas manifestações distintas. “O quadro hepático tem uma evolução mais rápida e é diferente da demência, em que as manifestações são crônicas, com alterações progressivas de funções cognitivas, que afetam memória, linguagem, atenção e capacidade de raciocínio”, alerta.


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