Texto: Estação do Autor com BBC News Ideas
Edição: Scriptum
Aos 3 anos de idade Louis Braille sofreu um acidente ao brincar na oficina do pai, nos arredores de Paris. Um olho perfurado que acabou infeccionando, contaminando também o outro. Aos cinco anos, o pequeno Braille estava completamente cego. Isso mudaria para sempre sua vida e, alguns anos mais tarde, a de muitas outras pessoas.
A reportagem publicada no BBC Ideas mostra como, em 1824, aos 15 anos, o jovem francês, unindo o sistema de letras em relevo ao de leitura tátil criou o Braille, método de leitura utilizado por deficientes visuais até hoje ao redor do mundo.
Mesmo a escola local não oferecendo nenhum programa especial para pessoas com deficiência visual, aos sete anos os pais de Braille o matricularam. Aos dez, Louis ganhou uma bolsa para estudar no Instituto Nacional para Jovens Cegos (RIJC, na sigla em francês), em Paris. Apesar de eficiente, o sistema de leitura utilizado no Instituto era muito básico.
Em 1821, Charles Barbier, capitão do exército francês, foi ao RIJC compartilhar um método de leitura tátil desenvolvido para que soldados pudessem ler mensagens no campo de batalha, na escuridão. Barbier se deu conta de que sua “escrita noturna” poderia beneficiar os cegos, já que, em vez de usar letras impressas em relevo, essa escrita utilizava pontos e traços. Os alunos experimentaram, mas logo perderam o interesse. Louis Braille, no entanto, persistiu. Usando o código como base e o aperfeiçoando completou seu novo sistema.
O braille não é um idioma e sim um sistema de escrita, podendo ser adaptado para diferentes línguas. Foram desenvolvidos ainda códigos braille para fórmulas matemáticas e científicas. No entanto, com as novas tecnologias, as taxas de alfabetização neste sistema estão diminuindo. Mas o legado de Louis Braille jamais será esquecido. Dentre outros reconhecimentos, a Nasa deu o nome de “9969 Braille” a um tipo raro de asteróide, um eterno tributo a um grande ser humano.