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A praia selvagem brasileira que virou ‘cemitério’ de lixo asiático

Praia do Segredo, em Natal, recebe embalagens de produtos produzidos na China, Indonésia, Singapura, Malásia e Coreia do Sul

Itens mais comuns eram garrafas de bebidas não alcoólicas, produtos de limpeza e recipientes de óleo de motor.

 

 

Texto Estação do Autor com BBC News Brasil

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Em contraste com sua beleza selvagem, a praia do Segredo, em Natal (RN), teve suas areias transformadas em um “cemitério” de lixo asiático. Em dezembro, os jornalistas João Fellet e Felix Lima, em uma caminhada de poucos minutos, encontraram dezenas de embalagens de produtos fabricados em países como China, Indonésia, Singapura, Malásia e Coreia do Sul. Os itens mais comuns eram garrafas de bebidas não alcoólicas, produtos de limpeza e recipientes de óleo de motor. Reportagem publicada na BBC News mostra o tamanho do problema e sua possível solução.

Em julho de 2024, um estudo feito pela empresa de celulose Verocel detectou uma grande quantidade de lixo estrangeiro em praias do município de Belmonte, no sul da Bahia. A análise revelou uma predominância de garrafas plásticas provenientes da Ásia.

Para Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da USP e especialista em poluição marinha, a hipótese mais provável da chegada às praias brasileiras dessas embalagens de produtos fabricados em outros países é o descarte de lixo por navios. Turra pontua que esses resíduos geram uma série de impactos nas praias e na vida marinha. Desde 1972, resoluções internacionais proíbem o descarte de lixo não orgânico no oceano. Ainda assim, muitas embarcações não separam o lixo orgânico do lixo plástico, descartando os resíduos no mar.

No Brasil, combater a poluição em praias e águas costeiras cabe a órgãos de governo. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) é responsável por definir diretrizes sobre taxas e tarifas em portos. A regulação do setor portuário está a cargo do Ministério de Portos e Aeroportos, que declara seguir “as melhores práticas globais” sobre gestão do lixo.

Para a professora de Direito Marítimo Ingrid Zanella, da Universidade Federal de Pernambuco, o Ibama e a Marinha têm o dever de coordenar o combate à poluição marinha, articulando-se com órgãos municipais e estaduais competentes.

Segundo Zanela, a questão é hoje tratada como prioridade por agências ambientais globais, mas que o Brasil ainda não dá ao tema a importância devida. Ela reconhece, no entanto, que é complexo combater o descarte ilegal no litoral brasileiro. “Temos uma costa enorme e dificuldade em identificar quais são os navios que estão descartando, mas precisamos buscar novas tecnologias para tentar rastrear esse lixo”, conclui.


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