
Produtos são feitos com ingredientes mais baratos e com alto teor de aditivos.
Texto Estação do Autor com DW
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Com preços mais acessíveis, “alimentos fakes” vem ganhando espaço nas prateleiras dos supermercados. Impulsionadas pela alta dos preços devido à crise econômica, mudanças climáticas e especulação, as indústrias reduzem custos para manter a margem de lucro. O problema é que muitas vezes essas mudanças passam despercebidas, podendo afetar a saúde dos consumidores. Pó à base de café e composto lácteo são alguns dos produtos que imitam os originais. No entanto, são feitos com ingredientes mais baratos e com alto teor de aditivos.
Reportagem de Priscila Carvalho para o site DW dá dicas de como identificar alimentos que apesar de ter embalagens semelhantes aos tradicionais são misturas ou apresentam composições diferentes.
Recentemente, o “pó para preparo de bebida à base de café” ganhou destaque nas redes sociais, sendo apelidado de “café fake” ou “cafake”. Em reação, a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) alertou os supermercados e demais varejistas sobre a irregularidade do comércio de misturas ilegais e recomendou o não consumo de tais produtos pela população. O presidente da associação, Pavel Cardoso, reforça a importância de conferir a certificação ao comprar café e alerta para preços muito baixos, que podem indicar fraude, especialmente quando estão muito abaixo do valor de mercado. Ele também recomenda atenção à marca, questionando se é conhecida ou se imita alguma renomada. Já o leite é um produto puro, enquanto a bebida láctea combina leite com soro, açúcares e espessantes, que altera a composição e reduz seu teor de cálcio e proteínas. Embora mais barata, possui menos nutrientes do que o leite puro.
O consumo frequente de alimentos ultraprocessados e tidos como fakes podem trazer impactos significativos à saúde, especialmente para grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos. Esses produtos, frequentemente ricos em açúcares, gorduras, sódio e aditivos, podem comprometer a absorção de nutrientes essenciais e favorecer o desenvolvimento de doenças crônicas.
Amanda da Silva Franco, professora adjunta do Departamento de Nutrição Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), alerta que diante desses produtos falsos existem alternativas naturais e seguras que podem oferecer melhor custo-benefício. “Café, leite em pó e queijos podem ser mais baratos quando comprados em maior quantidade, a granel. Preferir marcas regionais e produtos locais também podem ter menor custo e maior qualidade. Evite pagar por embalagem e marketing”, aconselha a professora da UERJ.