Texto: Estação do Autor com DW
Edição: Scriptum
De uns meses para cá uma onda de protestos contra a destruição do meio ambiente atingiu museus em Londres, Roma, Paris e Madri. A ação dos manifestantes é simples mas eficaz e os coloca na pauta da mídia mundial. Portugal teme ser o próximo alvo.
O protesto consiste em jogar um alimento, como purê de batatas ou sopa de tomates, contra uma obra de arte importante. Outra versão é pichar mensagem ambientalista na parede e, em seguida, colar-se na moldura, segurando uma faixa.
Reportagem da revista alemã DW mostra a reação de gestores de espaços culturais portugueses, que opinam sobre este tipo de manifestação que lhes parece incoerente. Afinal, os museus existem para proporcionar acesso à arte para um público cada vez maior e mais diversificado.
Mário Antas, diretor do Museu Nacional dos Coches, um dos mais visitados do país, diz ter dificuldade para entender o que museus e obras de arte têm a ver com este tipo de protesto. “Está relacionado com a questão do petróleo e da poluição, mas as obras de arte não têm culpa nenhuma”, diz ele.
Após o atentado do grupo alemão Letzte Generation a uma obra do impressionista francês Claude Monet, no Museu Barberini de Potsdam, a porta-voz Aimée von Baalen explicou a ação. ” Como é possível que tantos tenham mais medo que uma dessas imagens da realidade seja danificada do que da destruição de nosso próprio mundo, cuja magia Monet tanto admirava?” E acrescentou: “Não haverá mais tempo para admirar a arte quando estivermos lutando por comida e água!”
Para o diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, Joaquim Caetano, a situação é preocupante e medidas estão sendo tomadas para evitar que isso aconteça em Portugal, contratando empresas de vigilância preparadas para este tipo de situação.