Redação Scriptum com Agência Senado
As extensas áreas de campos nativos a perder de vista já não são tão visíveis no Rio Grande do Sul, único Estado onde se registra a presença do Pampa. A vegetação herbácea de não mais do que um metro de altura é a principal representação fisionômica desse rico bioma, que assim como o Cerrado, está sucumbindo ao rápido avanço da monocultura de grãos, como soja, e espécies arbóreas, como eucaliptos. Reportagem de Paula Pimenta para a Agência Senado traz dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que demonstram que 58,6% dos 176,5 mil quilômetros quadrados que o bioma ocupa em terra brasileira já foram descaracterizados, convertidos para outra destinação.
Segundo menor bioma em extensão — maior apenas que o Pantanal —, o Pampa acumula também a segunda posição na maior perda de vegetação nativa entre os ecossistemas, atrás apenas da Mata Atlântica, que já não tem mais 71% da sua originalidade. E é olhando criteriosamente para baixo que se desvenda uma biodiversidade ímpar, por muitos inimaginável, recém-calculada por pesquisadores em um universo aproximado de 12,5 mil espécies que congregam fauna, flora e fungos. Toda essa riqueza, que pode ser celebrada anualmente, em 17 de dezembro, Dia do Pampa, carece de ações protetivas do Estado, já que o bioma é apontado, por especialistas, como um dos menos protegidos.