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Bandejas de amido e cúrcuma são alternativa potencial para substituir o isopor

Experimento feito por pesquisadores da USP é alternativa economicamente viável e que não agride o ambiente

Nova formulação envolveu dois compostos principais: o amido (polímero biodegradável) e a cúrcuma (subproduto vegetal).

 

 

Edição Scriptum com Estação do Autor e Jornal da USP

 

Muito usado na produção de recipientes, principalmente de alimentos, o isopor representa uma grave ameaça ao meio ambiente. O material, conhecido como poliestireno expandido (EPS), é um derivado do petróleo; pode levar centenas de anos para se decompor na natureza e, quando descartado inadequadamente, compromete ecossistemas inteiros.

Com o objetivo de encontrar alternativas ecológicas e economicamente viáveis ao isopor, uma equipe de pesquisadores do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) formulou e produziu protótipos de bandejas com as principais qualidades do isopor para armazenamento e transporte de alimentos, mas que pudessem facilmente se decompor na natureza.

A nova formulação envolveu dois compostos principais: o amido (polímero biodegradável) e a cúrcuma (subproduto vegetal). O amido é um composto capaz de produzir espuma que, quando misturada com um resíduo vegetal como a cúrcuma, melhora sua consistência, otimizando a resistência à água e o isolamento térmico sem oferecer impactos ambientais. Reportagem de Leonardo Ozima, no Jornal da USP, traz mais detalhes sobre o trabalho.

Principal pesquisador do estudo, Guilherme José Aguilar afirma que os protótipos de bandejas biodegradáveis criados oferecem vantagens ecológicas em relação ao isopor, pois “as bandejas de amido com cúrcuma são obtidas de fontes renováveis, são totalmente biodegradáveis e se decompõem rapidamente no ambiente”. Já o EPS “pode se fragmentar em partículas muito pequenas, conhecidas como microplásticos, que permanecem no meio ambiente por séculos e representam um risco crescente para a fauna marinha, cadeias alimentares e para a saúde humana”, diz Aguilar.

O estudo avaliou quatro proporções de amido/cúrcuma. Essas variações permitiram analisar como a quantidade do resíduo da extração de pigmento de cúrcuma influenciava as propriedades físicas, mecânicas e funcionais das bandejas, que também foram submetidas a testes comparativos com as feitas de isopor, verificando propriedades de biodegradabilidade e resistências à água e ao calor.

O teste de biodegradabilidade, principal destaque da pesquisa, simulou as condições naturais de descarte no meio ambiente. A bandeja controle, feita com 100% de amido, se degradou completamente em apenas 14 dias, enquanto as que continham resíduo de cúrcuma levaram mais tempo para se decompor, de 28 a 31 dias.

Em contraste, a bandeja feita de EPS (isopor) não apresentou qualquer sinal de degradação ao longo do experimento, “evidenciando que as bandejas produzidas com amido e resíduo de cúrcuma representam uma alternativa ambientalmente mais sustentável, por serem totalmente biodegradáveis em um curto espaço de tempo”, avalia Guilherme Aguilar.


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