Texto: Estação do Autor com Um só Planeta
Edição: Scriptum
Não é de hoje que o homem busca na natureza ideias para criar e aperfeiçoar seus projetos. A delicadeza e a perfeição do voo dos beija-flores, por exemplo. Belos, ágeis e cheios de energia, os beija-flores servem de inspiração para projetistas de robôs, especialmente aqueles envolvidos no desenvolvimento de drones.
Reportagem de Ma Leri para Um Só Planeta traz mais detalhes dessas pequenas aves que exibem uma notável habilidade de voo, além de um impressionante metabolismo. Elas conseguem pairar, voar para frente, para trás e até de cabeça para baixo, graças à estrutura singular das asas e à força dos músculos peitorais. Essas características levaram empresas a desenvolver robôs beija-flores, como o NanoHummingbird, criado pela AeroVironment, com apoio financeiro da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos EUA (DARPA).
Diferente das demais aves, que movem suas asas para cima e para baixo, os beija-flores desenham um padrão em forma de “oito” enquanto batem as asas. Isso proporciona maior sustentação em ambas as direções, permitindo um voo estacionário, o que facilita a absorção do néctar das flores com precisão. Suas asas batem entre 50 e 80 vezes por segundo, dependendo da espécie, tornando-os verdadeiros mestres da aerodinâmica.
Há algum tempo, design de aeronaves são influenciados pelo voo desses pássaros. Os laboratórios de voo estudam também outros tipos de criaturas, como mariposas-falcão, libélulas e morcegos, pesquisando suas habilidades para construir máquinas mais eficientes. A maior parte desse trabalho é patrocinado por agências de defesa como o Laboratório de Voo de Montana, financiado pelo Escritório de Pesquisa Naval e pelo Departamento de Defesa norte-americano.
Um robô criado a partir dos beija-flores não carregaria armas, mas poderia ser usado na patrulha de territórios, espionagem de tropas ou enviado para procurar soldados feridos onde humanos não podem ir, como desabamentos ou túneis.
Entretanto, um dos obstáculos em replicar o voo de um beija-flor está na forma como o pássaro se adapta ao vento e outros eventos como rajadas e chuvas. O representante da Texas A&M University, Moble Benedict ressalta que, diferente das aves, os drones precisam de um certo cuidado e manuseio em situações adversas.