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Brasil perderá renda se não investir em capital humano

Economista do Banco Mundial diz que brasileiros nascidos na pandemia irão alcançar a fase economicamente ativa com apenas 60% de seu potencial humano.

Norbert Schady: é necessário que o Brasil invista mais, principalmente na educação básica

 

 

Texto: Estação do Autor com Folha de S.Paulo

Edição: Scriptum

 

Dois anos de Covid 19 foram determinantes para afetar a capacidade humana de uma geração. Segundo economista do Banco Mundial, os brasileiros nascidos na pandemia irão alcançar a fase economicamente ativa com apenas 60% de seu potencial humano. Porém, é possível compensar essa década perdida. Para tanto, é necessário que o Brasil invista mais, principalmente na educação básica, garantindo um futuro melhor para a juventude e, consequentemente, para a economia do país.

Em entrevista para Julio Wiziack, na Folha de S.Paulo (assinantes), o economista-chefe para o Desenvolvimento Humano do Banco Mundial, Norbert Schady, explica como é calculado o Índice de Capital Humano (ICH), entre outras questões. De acordo com ele, a partir da análise de alguns componentes pré-estabelecidos, o Índice estima a produtividade futura da criança média nascida hoje, em comparação com o que ela alcançaria tendo acesso à educação completa e boa assistência médica. Quase 1 bilhão de crianças em países de baixa e média renda perderam, pelo menos, um ano de aulas presenciais por conta da pandemia. No Brasil, as escolas ficaram fechadas por cerca de 280 dias. Apesar dos esforços do ensino remoto, os alunos aprenderam muito pouco, resultando em graves perdas de aprendizado.

Para o economista, “uma educação adequada e boa saúde para cada criança proporcionariam ao Brasil, em 30 anos, um PIB per capita 2,5 vezes maior que o de 2019. O índice mais recente no país sugere que a criança média nascida em 2019 só será capaz de alcançar 60% do seu pleno potencial como adulto. Isso custará ao país um terço de sua renda a longo prazo”. A boa notícia é que existem estratégias para evitar esse resultado. Estender a cobertura da educação pré-primária e melhorar seu conteúdo, adequar a instrução aos níveis de aprendizado, além de aumentar o tempo de instrução e programas de recuperação, são exemplos a serem seguidos, declara Schady.


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