Texto Estação do Autor com O Globo
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O Rio de Janeiro é porta de entrada para turistas do mundo todo e sede de grandes eventos internacionais. A partir de abril, ganha mais um atrativo: primeira cidade lusófona a ser declarada Capital Mundial do Livro pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Reportagem de Geraldo Ribeiro e Carmélio Dias para O Globo (assinantes) mostra como funcionam as bibliotecas e quais as ações necessárias nos espaços administrados pelo poder público para justificar a honraria concedida pela Unesco.
A rede municipal, com 17 unidades, passa por um processo de requalificação dentro do programa Bibliotecas do Amanhã, da Secretaria municipal de Cultura. Juntamente com as quatro bibliotecas estaduais e as três federais, entre as quais a Biblioteca Nacional, forma um conjunto de 24 instituições administradas diretamente pelo poder público no Rio de Janeiro.
Segundo o censo do IBGE de 2022, a relação entre o número de bibliotecas públicas e a população é de uma para cada 258 mil cariocas. Não estão incluídos acervos de instituições privadas, mesmo aqueles abertos ao leitor em geral, nem as bibliotecas comunitárias e escolares.
De modo geral, as bibliotecas públicas municipais estão bem conservadas e equipadas. A maioria passou recentemente por modernização de instalações e do acervo. De janeiro a novembro do ano passado foram mais de 90 mil leitores.
Na esfera federal, a Fundação Biblioteca Nacional reúne, além da própria biblioteca criada em 1810 por Dom João VI, a Casa da Leitura e a Biblioteca Euclides da Cunha. Com um acervo estimado em cerca de dez milhões de itens, como livros, mapas, manuscritos e obras raras é a maior da América Latina e uma das dez maiores do mundo. A instituição guarda ainda 14 coleções tidas como Memória do Mundo pela Unesco. A partir do projeto BNDigital é possível consultar três milhões de documentos. Ano passado, foram quase 85 milhões de acessos.
Outras portas de acesso aos livros são as escolas. Das 1.557 unidades da rede municipal, 1.017 tem salas de leitura. Nos 279 colégios estaduais da capital, 84% possuem esse tipo de espaço. Completam esse “ecossistema” do saber as bibliotecas comunitárias, criadas por iniciativas isoladas ou ONGs.